Serra do solo tumulo de Makunaimã
Ha uma antiga historia contada pelos povos tradicionais, habitantes das serras do norte de Roraima, ela conta que Makunaimã ( o herói) há muito tempo atrás derrotou aqueles que invadiram seu território pela primeira vez.
Foi a muito tempo quando ele resolveu atravessar a gran-sabana (fronteira Brasil\Venezuela) para visitar alguns parentes da beira do rio Orenoco, Venezuela. Saiu caminhando vestido de onça, coisa a qual sempre gostava de fazer.
Quando estava proximo onde moravam seus parentes Makunaima avistou o Rio Orenoco, nele viu Homens estranhos que chegavam em uma enorme "Curiara" canoa, à maioria deles tinha cabelo no rosto (barba), ele nunca tinha visto aquele tipo de Pemon (gente)... Encostaram na margem esquerda, sua grande Curiara tinha asas brancas que a faziam deslizar na água (velas). Aquilo deixou Makunaimã curioso e ao mesmo tempo irritado, essa gente que chegou não havia lhe pedido permissão para estar em seu território.
Zangado ele se deitou no capim de onde observou todos desembarcarem, abaixado agitou o couro de onça que carregava nas costas como se fosse uma raposa saindo da água, Nesse instante, caíram centenas de pulgões “garã-garã” de suas costas, eles saíram rastejando por entre o capim se escondendo embaixo de pedras.
O céu se encheu de nuvens escuras, muitos raios começaram a cair seguidos de barulhentos trovões, Makunaimã começou a entoar cânticos envocando os espíritos ancestrais dos guerreiros sem cabeça (os Canaimè). As pedras nas quais os pulgões estavam embaixo começaram a tremer, transformando-se em guerreiros que instintivamente pegaram pedaços de paus e pedras cercando os invasores, que foram pegos de surpresa.
Instalou-se uma grande batalha, Makunaimã foi o primeiro a pular no meio armado com o seu “fura olho” (Arma de Guerra) na mão, Não sobrou ninguém dos estrangeiros, Makunaima seguindo seu instinto de onça ainda comeu o figado de alguns dos inimigos.
Batalha vencida resolveu não visitar mais os seus parentes. Era hora de voltar para casa proximo ao Roraima. Quando voltava, para despistar os inimigos ele e seus homens vieram através da floresta do Caburaì-tepe “Monte das águas borbulhantes” (Monte Caburai o ponto mais norte do Brasil)
Eles atravessaram a grande floresta humida até sair no lavrado das serras. Cansado da viagem e da batalha Makunaimã resolveu descansar ali mesmo, então mandou que os seus guerreiros ficassem juntos no pé de uma corredeira, os transformou em pedras para que fiquem ali e vigiem o seu sono (são como os guerreiros de Terracota na china, só que são pedras com forma ovoide), seus lideres “os Tuxauas” mandou que se deitassem enfileirados próximo a ele, também os transformou em pedras. Depois disso o gigante Makunaimã se deitou adormecendo em seguida, centenas de animais guiados pela "Maikan" a raposinha do lavrado aproximaram-se e o cobriram com muitas folhas, pedras e gravetos para que os inimigos não o encontram-se dormindo.
De tanto empilharem coisas em cima do gigante ele se transformou numa grande Serra conhecida como: Wêi-Tepui “Serra do Sol”. Tem esse nome porque quando o sol nasce atinge primeiro o seu cume, é considerada por alguns como o tumulo de Makunaimã, ele não está morto, apenas dorme, quando tem sonhos ruins faz o tempo fechar e cair na região grandes temporais com muitos raios, ventos fortes e trovões.
"Historia Baseada em contos dos povos tradicionais dos lavrados e serras de Roraima"