Lenga e a Cadeia de Pendura Saia Final

Final

Tonico ao chegar a Pendura Saia, foi direto para a prefeitura, por que fórum só existia na comarca. Ao chegar, foi direto para o gabinete do Prefeito Antero que era um grande amigo também, foi logo recepcionando-o querendo quero saber o que os bons ventos o levavam até Pendura. Tonico contou a ele que tinha vindo resolver um problema do que grande amigo Bento, no que o prefeito Antero disse.

-É Tonico, estou muito contrariado com esse delegado, ele não devia estar fazendo isso com o Bento. Já falei pra ele que então deveria ter me intimado e prendido por que também estava lá.

-E o que ele respondeu!

-Que esse negócio, é entre ele e o Bento. Agora sinceramente penso que esse delegado está merecendo uma lição das boas, pois chegou aqui pensando que é o dono da cidade. Que é a autoridade máxima.

-Vim resolver esse assunto e garanto que não volto para a comarca sem ter resolvido.

-Assim espero. Toda a população de Pendura está contrariada, já vieram falar comigo. Mas, esse assunto somente o judiciário é que pode resolver.

-E vamos resolver! Antero me faça um favor, manda chamar esse delegado. Mais por favor, não diga que sou o promotor. Quero conversar com ele sem que ele sábia. Diga que é você que quer falar com ele.

O prefeito chamou seu secretario e o mandou até a cadeia para chamar o delegado. No que ele foi de pronto.

Quando o delegado chegou a prefeitura já foi recebido na porta, pelo prefeito que estava esperando. Levando-o direto para o seu gabinete. Quando o delegado viu Tonico foi logo pensando, esse deve ser alguém a mando do dono do armazém. O prefeito os apresentou e os convidou a sentar na sua mesa para conversarem os assuntos para o qual eles estavam lá. O delgado foi logo dizendo

-O senhor deve ser mais um amigo daquele dono do armazém que não tem coragem para enfrentar os problemas de frente.

-Sou amigo dele sim, vim da comarca justamente para resolver esse assunto.

-Então o senhor deve ser advogado?

-Sou sim! E vim no lugar do Bento para solucionar o problema da intimação.

-Bom!...Quanto aquele sujeito está pagando para o senhor?

-Isso é entre eu e ele, o senhor não precisa ficar sabendo o valor. Além do mais seria falta de ética da minha parte expor para o senhor a quantia.

-Já que não quer dizer o valor, tudo bem. Mais faço uma oferta para o senhor.

-Que tipo de oferta?

-Te dou dois sacos de sessenta quilos de feijão para o senhor esquecer esse assunto e dar meia volta e ir embora. Por que esse é um problema entre eu e aquele homem.

-Dois sacos de feijão? O senhor pensa que o meu trabalho é tão mal pago assim?

-Não penso, mais para um advogado de uma comarca deve ser mais do que bem pago.

-Aí que o senhor se engana sou muito bem remunerado.

-Se é assim, diz o seu preço e caia fora de uma vez.

-O senhor é bem arrogante. Pessoas arrogantes como o senhor. Não podem ter o cargo que o senhor tem.

-Aqui! A lei sou eu. Aqui! Quem manda sou eu. Todos, tem que fazer o que eu mando se não é cadeia mesmo.

-Mas, tem o poder judiciário acima do seu poder.

-Que judiciário que nada, o senhor pensa que eles vão sair da comarca para vir neste fim do mundo? Lá eles acatam o que eu digo, pois sou eu que vou lá para passar os relatórios. E eles acatam o que estão no papel. Agora diga logo o quanto quer para sair logo daqui, pois tenho muito que fazer.

O prefeito Antero quando ouviu essa última fala passou a mão no rosto e balançou a cabeça. Tonico antes de se levantar e ir rumo a porta pergunta para o delegado.

-Qual é a sua graça?

-Sinvaldo. Vamos acabar logo com essa conversa fiada porque não tenho o dia todo para você. Tenho o que fazer. Como também não desejo saber seu nome. Vamos, diga logo quanto quer.

Tonico abre a porta, manda os dois soldados que havia ido com ele entrar. E responde.

-O senhor não deseja saber qual é o meu nome mais vou dizer me chamo Antônio. Mas, todos os meus amigos me chamam de Tonico.

-Que palhaçada é essa? Por que esses soldados estão aqui? O senhor veio acompanhando a capitura que pedi na comarca?

-Não! Eles vieram comigo por que mesmo o senhor não querendo saber seu Sinvaldo, sou doutor Antônio, mais conhecido por todos com promotor Tonico.

-Que brincadeira é essa? O senhor, mais esse prefeitinho de fim de mundo vão me pagar muito caro.

-Seu Sinvaldo, penso que o senhor ainda não entendeu direto, ou não quer entender. Neste caso, estão aqui meus documentos que comprova o que estou dizendo a verdade.

O delegado olha os documentos sem acreditar no que lia. Então tentou consertar as coisas dizendo.

-Assim sendo, quero que o senhor me desculpe. Espero que o senhor desconsidere o que eu disse é que estou muito nervoso para fazer cumprir a lei.

-Nervoso?

-Sim!

-Não foi o que acabei de ver. Aliás, vim foi um homem muito arrogante que só foi colocar um distintivo no peito, passou a pensar que manda e desmanda, que pode sair prendendo todo mundo.

-Desculpas..

-Desculpas! Fique o senhor sabendo que está preso por tentar me subornar e por desacato a autoridade. Pois o senhor destratou o prefeito. Soldados, já podem levá-lo para a cadeia o coloque atrás das grades.

O delegado desceu a rua de cabeça baixa escoltado pelos soldados rumo a cadeia, logo todos já sabia que ele havia sido preso pelo promotor. Quando ele ficou sozinho na cela, chutou as grandes com raiva da sua estupidez. Pensando, acabou tudo. Queria ser como um todo poderoso aqui e agora acabou tudo. Queria que minha família se sentisse muito orgulho do meu poder e agora o que tenho? Somente o nada e chorou arrependido.

Quando os soldados saíram com o delegado, Tonico diz para o prefeito.

-Antero! Agora, aceito aquela xícara de café.

Enquanto eles bebiam o café, o prefeito diz,

-Tonico, você foi de um sangue frio que nunca vi.

-Isso faz parte da profissão.

-Só pode, porque se fosse outro, já teria dado um soco na cara dele.

-Eu sei Antero, eu sei. Resolvi um problema e arrumei outro.

-Como assim?

-Prendi o delegado e preciso arrumar outro com urgência. Será que você poderia me ajudar? Será que conhece alguém que eu poderia nomear? Não quero errar novamente.

-Tenho sim, o soldado que o delegado trouxe com ele. Pareceu-me uma pessoa de bem, estivesse conversando com ele. Como também o vi pedindo desculpas para a dona Helena por toda grosseira do delegado.

-Então vamos até a cadeia para eu poder nomeá-lo.

Lá chegando o chamaram. O nomearam a delegado o que ele ficou muito feliz e disse que iria cumprir a lei com respeito e honradez.

Feito isso, Tonico disse para Antero.

-Vamos para a casa do Bento para esperar por ele?

-Vamos.

E lá se foram eles.

Lucimar Alves

Lucimar Alves
Enviado por Lucimar Alves em 17/04/2011
Reeditado em 29/07/2012
Código do texto: T2915342
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.