Lenda e a cadeia de Pendura Saia 5a. parte
5a. Parte
Na manhã enquanto seu Bento viajava para a capital, o delegado saiu de casa para ir para a delegacia. Para a surpresa das pessoas de Pendura Saia ele não ia só, junto com ele, ia um soldado. O que ficou explicado o motivo da viagem dele até a capital, um soldado para ajudá-lo a policiar uma cidade que não existia ladrão nem grandes crimes. Isso era por que ele se sentia a autoridade máxima, o poder havia subido a sua cabeça. Na cabeça dele precisava colocar todos da cidade aos seus pés para depois trazer a esposa e os filhos para morar em Pendura por que queria que eles vissem o quanto ele era importante, poderoso e quem mandava na cidade, era ele.
Quando chegou a delegacia, qual não foi a sua surpresa ao ver que a porta estava aberta além de ter sido arrombada foi depressa até as cela onde havia deixado o tal preso de nome Lenga estava arrombada também e ele não estava lá. Saiu para fora bufando de raiva e foi até a casa do vizinho da cadeia e foi entrando porta adentro, pegou o dono da casa pelo colarinho e disse gritando,
-O que aconteceu na minha cadeia? Quem foi que arrombou a porta e retirou o preso? E não adianta dizer que não sabe, por que aqui neste fim de mundo todo mundo sabe da vida de todo mundo. Se você não me disser que foi, vou prendê-lo. Irá ficar no lugar do preso até apodrecer. Entendeu?
-Sim senhor!
-Então diga que foi!
-Foi o seu Antenor com o filho dele o Zé Antônio, seu Bento do armazém, seu Deodato da farmácia e mais uns tantos homens importantes e de dinheiro da cidade.
O Delegado o soltou então e saiu bufando de raiva para a cadeia.
Lá chegando, datilografou uma intimação. Mandou o soldado ir até no armazém e entregar a para o seu Bento. Quando o soldado chegou ao armazém foi logo perguntando pelo seu Bento, pois não o conhecia era novato na cidade. O empregado do seu Bento, Jacinto disse.
-Ele não está!
-Onde ele foi?
-Foi para a capital fazer comprar.
-Moço qual é sua graça?
-Jacinto
-Pois então Jacinto, tem alguém aqui que pode responder por ele para receber um documento?
-Tem sim, a dona Helena esposa do seu Bento, espere um instante que ela foi lá dentro ver as filhas que estavam chorando, já volta.
-Se ela não demorar eu espero, se não você me ensina onde é a casa deles que vou até lá.
-A casa dele é esta que o senhor está vendo daqui desta porta que dá para o quintal é está casa do lado. Seu Bento é dono deste quarteirão inteiro. A casa dele é praticamente uma chácara dentro de Pendura.
Enquanto Jacinto fala para entreter o soldado dona Helena vai entrado pela porta que o Jacinto havia indicado. Quando ela viu o soldado pergunto,
-Jacinto o que está havendo?
- Não sei dona Helena. Este soldado chegou dizendo que precisava entregar um documento para o seu Bento. Mais quando disse que ele viajou perguntou quem poderia receber por ele então disse para esperar pela senhora.
Quando Jacinto acabou de falar o soldado disse
-Bom dia! A senhora é a esposa do seu Bento?
-Sim senhor!
-Gostaria de deixar essa intimação para ele.
-Intimação sobre o quê?
-Por favor, a senhora receba, veja sobre o que é. Pois o delegado me mandou entregar e como está lacrada não sei do que se trata, a senhora assina aqui e receba.
Dona Helena assinou e abriu bem depressa a intimação.
Para o espanto dela o delegado intimava o seu marido comparecer a delegacia até às dez horas para prestar esclarecimento sobre o arrombamento da delegacia. Quando acabou de ler dona Helena disse,
-Meu marido não está, foi para capital para fazer compras. Não sei que horas irá chegar. Por favor, diz isso para o delegado.
-Sim senhora eu digo.
Enquanto esta conversa se passava um funcionário do seu Antenor que havia ido até o armazém a mandou dele para comprar sal para o gado ouviu tudo. Pegou o que o patrão mandou, foi para a fazenda depressa.
Chegou o horário marcado pelo delegado, nada do seu Bento ir a cadeia então ele mandou outra intimação para o seu Bento dando prazo para ele comparecer até ás doze horas. Dona Helena leu essa intimação e resolveu ela mesma ir até a cadeia no horário marcado para conversar com o delegado. Às doze horas em ponto dona Helena entra da cadeia para falar com o delegado. Deu boa tarde e o delegado não respondeu. Então ela disse,
-Posso falar com o senhor um minuto?
-O que a senhora deseja?
-Sou a esposa do Bento, vim conversar com o senhor por que o Bento não está. Foi para a capital fazer comprar.
-Tem certeza que ele está na capital?
-Tenho sim, todo mês ele vai até lá para fazer comprar para abastecer o armazém.
-Ele foi para a capital ou está escondido para não ser preso?
-O senhor está me chamando de mentirosa?
-Minha senhora, de homem que tem a coragem de incitar o povo da cidade para vir arrobar a cadeia e soltar um preso meu, espero tudo dele e da sua família.
-O senhor me respeite e respeite o Bento. Por que ele não incitou nada, todos de comum acordo resolveram soltar o Pedro para ele não morrer dentro da cadeia.
-A senhora volte até a sua casa e diz para o medroso do seu marido sair de dentro da sua casa e vir se apresentar aqui na cadeia porque se não busco a capitura para prendê-lo
-Bento não é um covarde como o senhor, que tem coragem de deixar alguém preso sem comida e sem água. Já disse que ele não está me casa que foi para capital.
O delegado se levantou e gritou com dona Helena a todos os pulmões.
-Cala a sua boca por que se não vou te mostrar quem é covarde.
Dona Helena já estava até cega de raiva. Então pegou a intimação que estava em sua mão rasgou e jogou na cara do delegado. Ele caminhou para o lado dela e quando levantou a mão para bater nela. Seu Antenor que estava entrado foi dizendo.
-Se eu fosse o senhor não faria uma coisa desta. Por que se encostar a mão na dona Helena, o senhor irá levar uma surra da qual nunca mais irá se esquecer e não me importa se o senhor é delegado ou não.
O delegado abaixou a mão e disse tire essa mulher mentirosa daqui.
-Mentirosa?
-Sim! O marido dela está escondido e ela vem aqui dizer que ele viajou para a capital.
-Se dona Helena está dizendo que seu Bento está viajando é por que é verdade. Fique o senhor sabendo que essa é uma família honrada.
-Vamos Dona Helena. E o senhor seu delegado tome cuidado com os seus nervos e com o que diz.
Foi saindo da delegacia com dona Helena, perguntou o que havia acontecido, ela contou tudo. Então seu Antenor disse.
- O meu empregado que estava no armazém buscando o sal que havia pedido, chegou lá em casa, me contou tudo. Vim o mais rápido que pude. Dona Helena, vou deixar um dos meus homens aqui no armazém por vias da duvidas, por que com gente covarde pode se esperar de tudo. E vou colocar um dos meus homens na estrada para esperar pelo meu amigo Bento e o levar direto lá pra casa. Por que preciso conversar com ele e tomar umas decisões contra esse delegado.
Dito isso ele se despediu, foi direto para a sua fazenda. Por volta das dezenove horas mandou o seu empregado ficar na estrada esperando pelo Bento. Lá pelas vinte duas horas um farol de carro iluminou a estrada quando o carro foi chegando mais perto, o moço que estava esperando conheceu a rural do seu Bento, fez sinal para ele parar. Seu Bento para, ele vem conversar com ele.
-Boa noite seu Bento, seu Antenor me mandou ficar aqui esperando pele o senhor. Ele quer que o senhor vá direto para a casa dele.
-O que esta acontecendo? O que o Antenor que falar comigo?
-Não sei seu Bento, ele só me pediu para esperar pelo senhor e dizer também que dona Helena sabe que o senhor vai para lá.
Seu Bento ficou preocupado. E seguiu o empregado do seu Antenor a até sua fazenda. Lá chegando, encontrou Zé Antônio e seu Antenor esperando-o. Conversaram, seu Antenor contou tudo que havia acontecido naquele dia. E disse
-Bento, você é muito amigo do promotor e do Juiz da comarca.
-Sou sim! Somos amigos de infância.
-Então Bento precisamos ir amanhã cedo até a comarca e conversar com eles a respeito deste delegado metido a valente.
-É Antenor você tem razão. Por que se ele homem tivesse encostado a mão na Helena não sei o que eu faria com ele. Nem quero pensar nisto. Amigo mais uma vez obrigada por você ter chegando lá.
-Então agora você irá tomar m banho para jantarmos mesmo sendo bem tarde por que amanhã o dia será cheio novamente.
-Tem razão Antenor.
Depois do jantar foram deitar para descansar para no outro dia ir a comarca de Pendura Saia.