História,fatos reais
Por ser real mudarei nomes de personagens por proteção dos mesmos.
Essa história eu conheço desde por volta dos meus 7 ou 8 anos.
Minha mãe tinha uma comadre muito legal e guerreira ao extremo.
Vou chamá-la de Senhora Aparecida,pois ela era idêntica a santa,Nossa Senhora Aparecida.
Essa mulher tinha por volta de dez filhos,por três vezes não sei ao certo veio o dobro,gêmeos.Havia uma filha que se chamava Margarida,a qual atendia pelo apelido de Dinda,ela tinha por volta de uns 15 anos mais ou menos.Por várias vezes vi uma cena de pena,lúdica mas incomparável,linda.Dinda carregava duas crianças na cintura entre os quadris e os braços uma em cada lado.Os mais velhos cuidava dos menores,por muitas vezes Dinda passeava na vizinhança e clamava assim:-lá em casa não tem café,lá em casa não tem suque(açúcar)e aquelas meninas não param de gritar.
Na hora de dormir como eles eram familia paupérrima,Aparecida com um suave grito dizia:_Dindaaa,Dudaaa que se tratava do outro filho traz tilango para arrumar vamos dormir.Tilango era um tapete de couro de boi onde jogava-se no chão para todos dormirem.
Certo domingo fui com meu pai fazer uma visita a dona Aparecida,chegamos lá ela começava a preparar o almoço,Matou uma ou duas galinhas do terreiro para almoçarmos.Era cruel a fome das crianças e a luta por sobrevivência.As meninas tiravam as tripas das galinhas iam ao córrego lavavam colocavam sal assava e comiam,eu até ajudei a lavar mas comer não consegui,o almoço estava delicioso mas a carne da galinha não rodou sem conseguir comer a carne inventei uma desculpa,para não magoar a senhora que eu idolatrava.Minha tia me contou que Aparecida bebia muito talvez para ser mais forte ou amenizar tal sofrimento.Certo dia Aparecida estava preste a dar a luz só como sempre sem parteira era danada de forte a mulher,pousou seu corpo sobre a cama ganhou a primeira filha,eram gêmeas,mas nesse momento ela ouviu barulho na cozinha,haviam em seu quintal muitos cabritos,imagine a cena ela se levantou segurando a segunda criança sob seu ventre metade dentro metade fora, foi em direção a cozinha para tocar cabritos ,os animais faziam a maior desordem com panelas pratos e tudo que encontravam derrubavam.Eu adorava dona Aparecida e sua família,garanto que conto essa história por ser muito linda não achei digna de pena,sinto dela e de sua família orgulho para todos aqueles a quem conheceram.Talvez ela viva por ai ainda com seus muitos filhos, netos e bisnetos.Eu queria ainda ver novamente para abraçá-e dizer o quanto ela foi querida por mim.Deus que abençõe e guarde essa família tão linda e querida.