MARCANDO O TESOURO

Estava eu vindo compadre por uma estrada, numa noite enluarada bem clarinha a enxada no meu ombro, assoviando, uma voz eu ouvi. Vai lá atras daquele pé de cedro, cinco passos a direita e três a esquerda a quarenta centímetros vais achar um enorme tesouro, parei assustado olhei pros lados nada vi, então segui meu caminho tornando a assoviar. Quando de novo a voz; Vai lá atras daquele pé de cedro, cinco passos a direita e três a esquerda a quarenta centímetros vais achar um enorme tesouro. Então resolvi a conferir, fui lá no pé de cedro cinco passos a direita três passos a esquerda, com minha enxada comecei a cavacar, quando a uns quarenta centímetros conforme a voz me dizia a enxada repicou ao esbarrar numa coisa mais dura, raspei devagar com minha enxada , ai sim deu pra ver que era uma botija, limpei bem ao seu redor, notei que era de uns oitenta litros. Abri a tampa da botija e observei que estava repleta de ouro e até jóias de diamantes também tinha. Preocupado pensei, leva-la agora não dou conta, o melhor é eu de novo tampá-la e amanhã bem cedo, eu aqui voltar, e pra casa levar todo este tesouro. Depois que cobri tudo direitinho já estava saindo de baixo do pé de cedro, quando pensei, como vou marcar o pé de cedro, pois aqui toda arvore e cedro. Pensei, pensei, ai me veio uma brilhante idéia, que tal eu faze minha nescessidade aqui em cima, por sina vai fica bem marcado e ninguém va desconfiar, que debaixo tem um tisoro. Ai então comecei a marcar o meu tisoro. Quando é fé compadre, minha mulher a Constança, me sacudiu com tamanha força, e pra mim foi perguntando, o que é isto Gó, e eu ainda meio dormindo respondi. –estou marcando meu tesouro uai, e ela marcando tesouro né seu sem vergonha, olha o que tá fazendo , tá é cagando em cima de nossa cama seu diacho.

Hoje compadre quando durmo qualquer reboliço que dou Constança logo me acorda, e pergunta se não estou de novo a sonhar, com algum tesouro.