Ana Pereita Tangerino falando dos vagalumes
Eu estive lá em São Paulo visitando a minha tia Ana, juntamente com o tio Cláudio (marido) e os filhos, César e Francisca, aliás, nós chamamos de “tia Leonina”, 80 anos depois fui saber que Leonina era apelido, isto porque resolvi fazer uma pesquisa na Cerâmica Porto Ferreira e acabei recebendo um documento.
Nessa conversa ela relatou alguns fatos que ia lembrando dos seus tempos de criança, época em que toda a família vivia no sitio, na Fazenda Boa Vista. Tia Ana falava e eu ia anotando numa folha de papel. Segundo tia Ana, tinha um professor por nome de Simplício que dava aula nas casas dos colonos, e o dito cujo usava rapé e vivia correndo atrás das galinhas, as crianças colocaram nele um apelido de: “professor borná”.
Disse que o primeiro filho do seu pai José Pereira Tangerino e Julia Alves Pereira nasceu morto, que foi no dia 21/1/1922. De fato isso foi confirmado por mim, isto porque eu consegui uma certidão de óbito, na qual está inserido o falecimento de um natimorto.
Um dos irmãos da tia Ana, cujo nome era Orlando vivia brincando no quintal, e num certo dia que já ia escurecendo, vaga-lumes pousaram no corpo, disso surgiu um ferimento que foi se alastrando por todo corpo e ceifou prematuramente a sua vida. Disse que os vaga-lumes e ou pirilampos, uma vez que picasse a pele de uma criança, a criança pegava uma doença por nome de “cobreiro”.
Ela lembrou desse fato em razão de que nos anos de 1950 existiam muitos vaga-lumes em volta das valetas e terrenos baldios na Vila Carioca – Ipiranga - SP.
A Terezinha estava com fome e um senhor que tinha lá algumas reses de gado leiteiro negou em dar apenas um copo de leite, ela, a Terezinha, morreu de lombriga aguda.
Ela não lembra se é Dejanira ou Jandira uma de suas irmãs que faleceu com nove meses de idade. Do irmão Benedito lembra-se apenas do nome.
Enfim ela me disse que era um total de onze (11) irmãos/ãs, mas que sobreviveram foi apenas seis (6), tais como: Deolinda, Ana, Maria, Valentim, Ormindo e Leonildo.