As benzedeiras de Minas
As benzedeiras de Minas
Minas, tradicionalmente, é fé, crença, benzeção; muita tradição.
Um povo religioso que sempre apegou-se a todos santos. Para nascer, Nossa Senhora do Bom Parto te proteja; que Nossa Senhora lhe uma boa hora. Nasceu? Nossa Senhora Mãe dos Homens te cuide. Está em aflição? Pegue com Nossa Senhora dos Aflitos. Mas, se invejosos deram um nó em sua vida, Nossa Senhora Desatadora dos Nós deve ser invocada.
Outras cousas mais corriqueiras nas terras das Gerais, as benzedeiras dão conta do recado.
A menina-moça ou o jovem rapaz que começa a despertar curiosidades nos outros, apresentando-se sonolento, bocejando é sinal de mau-olhado. Com um galho de arruda na mão e fazendo o Pelo Sinal, a benzedeira mandava para longe a inveja.
O menino jogando bola ou brincando de pegadô, cai e destronca um membro do corpo, o que fazer? Era só benzer que a dor logo passava.
Pegou uma roupa que quarava no varal e a vestiu sem passar, foi por isso que contraiu cobreiro. Benzeção nele!
Quando a caganeira se apossava, era sinal de espinhela caída. Juntavam-se os pés e as mãos e as fadas davam três puxões naquele dedo que estava mais proeminente, repetindo as palavras, que a espinhela voltava para o seu lugar.
A criança que ao brincar, parecia sem lateralidade, não parava em pé, caía a toda hora, era sinal de vento virado. Pegava-se ela pelos pés e a virava ponta-a-cabeça, dando-lhe leves sacudidelas e fazendo as orações que o mal era solucionado. ( Espero que ninguém venha fazer isso, não. Pois somente aquelas donas tinham o poder da cura.)
Se a apatia, o desânimo tomava conta de alguém, benzia-o de quebranto e pronto.
Se a criança comia com os olhos aquela guloseima e seu estômago não registrasse esse alimento, ela ficou aguada. Para corrigir, a benzedeira fazia sua prece e ordenava a mãe da criança, ir a três açougues, pedir três pedaços de “toicins” e dar de comer a ela, crus, para quebrar seu desjejum.
Esses causos são “bão dimais da conta”, não são?