BICHEIRO SABIDO
BICHEIRO SABIDO
No quintal de casa tem uma ducha daquelas bem grandonas de onde se jorra uma boa quantidade de água quando aberta. Nos dias de muito calor eu costumo usa-la cinco ou seis vezes. Costumo utiliza-la também à noite.
Após dar uma boa ensaboada costumo deixar o sabonete no para-peito de um vitreaux. De um tempo para cada não é que esse sabonete após duas ou três ensaboadas deu para sumir.
Indaguei as pessoas utilitárias do espaço sobre o sumiço do sabonete e nada.
Quando a ducha está aberta o hodometro da Saneago
roda adoidado. Das piruetas que dá dizem costuma sair um zumbido. Um vizinho curioso resolver investigar de onde vinha aquele estranho ruído. Tri-tri-tri-tri pediu-me que deixasse a caixa do relógio da água aberto e foi o que eu fiz. No final de um dia muito quente ele me procurou dizendo:
- Consegui trascodificar o que o hodometro da Saneago fala.
Perguntei-lhe então:
- O que é? Respondeu-me:
- To faturano, to faturano.
Resolvido o problema do barulho do relógio pensei:
- Deixa isso para lá, o que eu quero é saber dos sabonetes desaparecidos.
- A Saneago não tem nada com isso, mas que ela tem a AGR, uma raposa tomando conta do galinheiro tem.
Uma utilitária do quintal chega com um pedaço de sabonete, mais da metade com sinal de mordidas. Aí liguei uma coisa com outra, ontem mesmo um calango correndo de mim ficou encurralado no para-peito do vitreaux, bati com os pés no chão e ele mais assustado ainda correu para o esgoto, digo saída de água pluvial do fundo. Também lembrei que dá época da SEDEM os ratos usavam aquele buraco como esconderijo.
Duvida cruel quem estava comendo meus sabonetes:
- RATO OU CALANGO.
Contei essa estória para um cambista do jogo de bicho.
Ele pensou um pouco e falou com o ar de sabido:
- Esses dois eu não tenho não, mas você falou em galinheiro, é Galo, em Raposa, é Cachorro, em rato, é Gato, em calango, é Jacaré...
Com mais essa dúvida na minha vida falei:
- Jogue cinco reais no Burro.
Goiânia, 03 de MARÇO de 2011.