CAINDO DO CÉU
CAINDO DO CÉU
Foi um acidente horrível, houve primeiro um estrondo como fosse um trovão, logo depois, a locomotiva foi descendo, puxando um a um cada vagão daquele trem carregado de passageiros. Muita gritaria pedindo por socorro, no meus cálculos, eram mais de duzentos pessoas que partiram pro andar de cima. Uns diziam , que era culpa do maquinista, outros diziam que era castigo, pois a ponte fora feita com muita madeira , retirado ali mesmo às margens do velho chico, agora ele tava cobrando aquilo que lhes deviam. Ai começa a confusão, lá no céu são Pedro, controlando a entrada, era um empurra empurra danado, só faltava eu pra entrar, quando são Pedro puxa a portas, passa a chave e na cintura coloca. Eu do lado de fora desesperado. Gritava pra são Pedro pedindo por clemência, mais ele não me escutava, ai então percebi que naquele buraco da fechadura, daria pra eu introduzir o dedo indicador e segurar pra não cair. A chave do céu era enorme conforme a espessura do buraco da fechadura. Introduzi o dedo e com o peito da mão esquerda, eu na porta batia, gritando são Pedro pra porta poder abrir.. um vento forte soprava, e sempre me balançando pra lá e pra cá. Quando, olhava pra baixo, me dava um tremendo arrepio, com medo em dali se despencar. Quanto mais forte o vento batia, mais forte eu introduzia o dedo no buraco e entortava, como anzol pra do ceu eu não cair. Sô marico, uma hora o vento bateu tão forte, mais tão forte que achei que ia cair, apertei mais ainda o dedo. Neste momento sô, acordei precisava o sô vê o estado, que tava o meu pobre dispensador de fezes com o dedo todo enterrado , ainda por cima encurvado pra melhor segurar. Uma semana de banho de acento pra poder melhorar. Até hoje quando sonho com acidente, antes de morrer eu acordo, com medo de ter de novo que segurar no buraquinho da fechadura de São Pedro pra mode do céu não cair. Pois é Sinhozinho, assim responde Sô Marico, macaco esperto não enfia dedo em qualquer cumbuca, nê.