O MEU B O
O MEU B O
Doutor Delegado nem sei se esse é o caso o meu caso.
A cinqüenta anos atrás procurei uma igreja católica para casar. Ao preencher as formalidades processuais quando ao perguntarem-me qual a minha fé eu disse espírita. O padre rabugento protestou na minha igreja não casa. Perante a madre poderosa eu não podia mentir.
A minha sogra Católica Apostólica Romana interferiu com seu direito de Filha de Maria e apostola dizimista. O rigoroso padre então concluiu que não podia perder uma fiel assídua. Casar aqui só se ele se converter ao Catolicismo, criar os filhos em nossa fé e se abdicar ao
culto antigo, contudo ha necessidade de autorização do arcebispo.
Em nome do amor aceitei a imposição. Abdicar a uma fé cristã por outra cristã não é um penitencia ridícula e a fé dos filhos do porvir é uma escolha democrática que a eles pertencerão, embora seriam criados no princípio cristão.
Em nome do amor aceitei abdicar a uma fé justa.
No casamento doutor com a igreja lotada de parentes e amigos o padre nos pediu amor, dedicação, companheirismo no presente e no futuro, mas da minha parte eu cumpro o meu dever.
Pelo mesmo amor que por meio século eu me dediquei hoje eu não consigo retribuição.
Sabe porque?
Envelhecemos...Assim sendo eu lhe peço doutor registre ai o meu B O.
Goiânia, 17 de fevereiro de 2011.