CANECA DÁGUA

CANECA DÁGUA

Quando ainda jovem íamos beber água após e no intervalo de uma pelada na única casinha próxima do campinho de futebol.

Naquela época a promiscuidade e a higiene não eram de domínio publico.

Usava-se um pote de barro e uma caneca idem só que essa tinha uma lasca na sua boca. Bebe-se a água na caneca e o outro enfia a caneca no mesmo pote continuamente um após o outro. As sobras e as salivas misturavam-se.

Como eu ainda não havia lido a fábula de Esefebo de quem chega primeiro bebe água limpa, ficava naquela esperando a minha vez e quando ela me chega bebia a minha água. Mas antes observei que ninguém utilizava o pedaço da boca da caneca que tinha a lasca.

Salvo pela astúcia da observação, mas dessa vez resolvi voltar à casinha para tomar mais um pouquinho de água. Todos já haviam voltado ao campinho e ali vi um bobinho que babava, naquela região era comum ter um para fazer as pequenas tarefas domésticas, com ou sem baba. Ele pegou a caneca sorveu um delicioso gole utilizando o mesmo pedaço da lasca que eu usei...

Que coincidência...

Goiânia, 05 de outubro de 2008.

CONCIDÊNCIA III

GOIANIA, 12 DE FEVEREIRO DE 2011.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 12/02/2011
Código do texto: T2786780
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.