TARDE NA FAZENDA

QUE TARDE AQUELA SEM GRAÇA E NADA ACONTECIA ME PERGUNTAVA: “O QUE EU VIM FAZER AQUI NESSE SÍTIO, UM FIM DE MUNDO...”, MAS LOGO DESCOBRIRIA. QUE BARULHO É ESSE VEM DE LÁ DE FORA, PENSEI. FUI CORRENDO LÁ FORA E AS GALINHAS ESTAVAM ASSUSTADAS, OS CAVALOS CORRERAM, MINHA AVÓ TINHA SAÍDO PARA IR ATÉ A VENDA FAZER COMPRAS PARA O JANTAR, ELA QUERIA FAZER UM CUSCUZ DE MILHO, COMO A MUITO NÃO FAZIA. SÓ ESTOU PENSEI... MEDO E CURIOSIDADE SE MISTURARAM NO MEU INTERIOR E LÁ FUI EU, TOMANDO ÁS RÉDEAS DA SITUAÇÃO FORTE E VALENTE...

OLHEI NO CHIQUEIRO, NO GALINHEIRO E NADA! FUI ATÉ O MILHARAL E LÁ ESTAVA O ESPANTALHO QUE O VOVÔ TINHA FEITO, EM ALGUNS INSTANTES O MEU PENSAMENTO SE PERDEU E LEMBREI-ME DO CARINHO QUE MEU AVÔ ME FAZIA SEMPRE QUE EU CHEGAVA AO SÍTIO PARA PASSAR AS MINHAS FÉRIAS, ATÉ SENTI O CHEIRO DO SEU CIGARRINHO DE PALHA QUE ELE SEMPRE ESTAVA A FUMAR... O BARULHO DE NOVO, AI MEU DEUS! VOLTEI PARA A REALIDADE E RETORNEI A MINHA INCANSÁVEL PROCURA. O QUE SERÁ? MEU DEUS! SERÁ UM BICHO OU ALGUM MOLEQUE SAFADO QUERENDO-ME POR MEDO?

CONTINUEI A CAMINHADA PELO SÍTIO, VOVÓ NADA DE CHEGAR... AO OLHAR PARA A MANGUEIRA VI AQUELE QUE IA ME CHAMAR ATENÇÃO NO SÍTIO PARA O RESTO DE MINHAS VIDAS...UM BEZERRINHO...LINDO. TÃO LOGO VOVÓ CHEGOU E RELATEI TODO O ACONTECIDO E ELA ME DISSE MEU DEUS! DOROTÉIA PARIU! SEM ENTENDER NADA FUI ATRÁS DE VOVÓ E LÁ ESTAVA DOROTÉIA ACOLHIDA DEITADA SE RECUPERANDO DA DOR DE PARIR AQUELE BEZERRINHO. ACOLHI PIRIRCO COMO SE FOSSE MEU FILHO, SIM DEI NOME PARA O BEZERRINHO DE PIRIRICO, LINDO TODO BRANQUINHO COM UMA MANCHA MARROM NA TESTA, E ASSIM ELE FEZ AS MINHAS TARDES FELIZES.