Onde estarão “as verdadeiras” estrelas?
J. era um daqueles tiétes inveterados... grudava como chiclete nas celebridades. Até aí tudo aparentemente normal (há tanta gente que reage assim, será que se conhece?! por que se dedicar dedicam em ficar (n)a sombra?)
J. também se animava em acompanhar passo a passo os movimentos de uma bailarina imigrante aposentada que tinha se formado numa das companhias de dança clássica mais admiradas mundialmente: “The Russian State Ballet”. Logo que a vizinha havia se mudado para a casa ao lado, J. bateu em sua porta lhe pedindo uma xicarazinha de café de sal. Platinova estava ocupadíssima desembalando os conteúdos da mudança lhe deu pouca atenção... foi aí que J. decidiu sair da sua caverna interna lançando impropérios de um coração repleto de dor e frustração.
Dª P. olhou para a face de J. com ar de primeiro amor a vista, mas no arroubo da subjetividade conjugando a angústia de terminar logo o que estava fazendo pensou com seus dedões retorcidos: - Eu bem que “poderia estar matando, roubando...” mas o que eu quero mesmo agora, é achar a caixa onde estão meus vasinhos de violetas e encontrar meu som “Home Theater” para degustar grandes clássicos, agora não está na hora de nenhum DR*.
Depois que seus sobrinhos internautas apresentaram Dª P. a comunidade dos “Ensinamentos do Seu Madruga”, sua vida mudou! Platinova percebia automaticamente o ouro do lado de fora, na coxia e na platéia. Platinova, reconhecia “O” carisma, fora de seu mundo.
............
Enquanto “isso isso isso” J. mal conhecia Platinova, como também não tinha percebido a sua veia de Crítica de Arte (que por hora poderia ser julgada como parcial)
J. passou a vasculhar os pontos fracos, nos velhos passos de dança de Dª P. ; era de sua natureza, procurar nos palcos uma suposta perfeição e enterrar os dentes como a força das castanholas numa criação inédita de histórias contra quem não lhe dava a atenção qualificada como devida.
Em suas viagens de ônibus na ida aos camarotes... J. perdia-se nas elucubrações... com as janelas presas no avesso do espelho, passava a maior parte do tempo dando vida ao diabo em si, sem desconfiar que a sua busca em estar junto “as verdadeiras” estrelas, cada vez mais lhe parecia insuficiente.
Nota*: DR = discutir a relação
Rosangela_Aliberti
Atibaia, fev/2011
(foto recolhida da net, FOTOSEARCH)