Nova inseparável companheira

Alfredinho retirou a alça da caneca de chop do cordão (ler: Bebado, eu?). Ainda não atinava em como a preciosa caneca desapareceu naquela madrugada de memorável carraspana. A única coisa de que se lembrava daquela noite foi o que o cobrador do ônibus lhe contara. Que os amigos, tão bebados quanto o colocaram no ônibus e que ele dormira até acordar, sóbrio, sem a caneca e seis viagens seguidas Leblon-Flamengo. Mas como substituir com brilho aquele símbolo da sua masculinidade juvenil? Alfredinho só conseguiu encontrar uma maneira. A mesma que fez da falecida desaparecida a sua inseparável companheira. Comprou uma ainda maior e mais pesada e com gestos que alguns diriam, rituais, foi passando o cordão pela alça e em seguida prendendo ao pescoço, de onde, esperava, não saisse nem com a morte ( dele). Ligou para os amigos de fé. Primeiro "João gordo", em seguida o "Mais um copo" e por último o "Nosso drama". Nosso drama era o cara que tentava regular, sem sucesso a ingestão dos ingredientes etílicos. Na hora marcada encontraram-se no primeiro bar da lista de muitos. Cada um batizou a caneca do Alfredinho com um gole do próprio chop. E estava aberta a sessão.