O SACI E O TIO PEDRO

O SACI-PERERÊ E O TIO PEDRO

Há mais de cinco anos que meu avô ganhou a aposta com o Saci e o “neguinho” não reclamava de nada. Como diria o poeta, “tudo dantes no reino de Abrantes”, se não fosse assim, valeu a intenção.

Só o tio Pedro é que implicava com aquela amizade. Cada vez que ele via meu avô dar um “nhaco” de fumo ao pretenso prisioneiro ele queria um pedaço igual, pois se julgava estar sendo enganado no seu “nhaco” de herança.

O Pererê colocava a barba de molho, como se a tivesse. Aquela implicância não tinha cabimento e o meu avô gostava de papear com o “neguinho”. Nunca passara um pedaço de vida com tanta diversão. Toda vez que um cabo político saia, deixando aquele montão de problema para meu avô resolver, ele esperava o companheiro sair e ia para o cômodo do cofre papear e até trazia a garrafinha para perto da rede a fim de ouvir as lorotas que de tão boas o fazia dormir.

Minha vó não preocupava com aquela amizade pois depois dela o marido até ficara mais mão solta, permitindo certos gastos que antes não fazia. Só o Pedro não podia tomar conhecimento.

O pestinha com medo de perder a boca rica do fumo, matutava com fazer com o Pedro. Precisava ganhar a confiança dele.

Os jornais do Rio e de São Paulo chegavam com dois a três meses de atraso e vovô habituara a lê-los em voz alta afim de que o Saci escutasse e pudesse discutir algum assunto com ele. A perpiscacia dele era admirável e não era dotado de ambição material a não ser do o "nhaco" de fumo.

Em uma dessas leituras trazia a notícia que o Ministério da Educação procurava um Redator para a Gramática Nacional. Sendo o tio Pedro um emérito professor de português. Quando meu avô leu esse trecho o Saci argumentou mostra esse jornal para o tio. Assim foi feito e carta enviada ao Ministério chegando a respostas seis meses depois, mais de que uma resposta a convocação para o tio Pedro ser um dos Conselheiros da Gramática, serviço que requisitaria sua transferência para o Rio de Janeiro então Capital Federal, prevendo a necessidade de lá morar pôr uns dez anos.

Como era para "o bem geral e a felicidade geral da nação", em um palpitinho atoa o Saci-Pererê ficou livre do implicante e se fosse preciso mais uns cinco anos de lambuja... É lógico dentro ou por perto da garrafa...

Goiânia, 12 de setembro de 2011.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 13/01/2011
Código do texto: T2727211
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