CADÊ MINHA LANTERNA

A LANTERNA

Durante a minha alfabetização uma tia teve a feliz idéia de me prometer um presente quando eu terminasse de preencher um caderno de caligrafia inteirinho e bem bonito.

O premio era o meu sonho de brinquedo: uma lanterna com três pilhas.

Terminava a missão levei o caderno para a tia Tidinha, a “prometedeira.”

Ela olhou tudo direitinho como boa professora que era, mas não falou nada...

Cadê a lanterna, eu pensava.

O tempo passava rápido, de dias, pulou para semanas, meses e anos e nada da lanterna.

O marido dela Juiz de Direito foi transferido para a Capital e na despedida deles, ela falou de novo:

- Não esqueci de sua lanterna.

Meses depois fomos visitá-los em Goiânia e olha eu lá com a cara de “cadê a minha lanterna?”

Nada se passou anos e anos e nada...

A estória tem a sua moral: “Não espere nada de quem não tem nada a perder.”

Se ela tivesse cumprido a promessa eu teria mais uma luz para iluminar o meu destino, e não a eterna senssação de ter perdido aquilo que não me era devido.

- Cadê a minha lanterna?

- Arre...

Goiânia, 25 de dezembro de 2010.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 25/12/2010
Código do texto: T2690593
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