Libertação
Pedro sabia que seu pai estava para chegar, depois do trabalho. Voltou da escola, com sua irmã e sua mãe ja os esperava para tomar café da tarde. Moravam nos fundos da casa de um tio (irmão de seu pai), em guarulhos, vida dificil. Seu pai chegou a noitinha, e veio dar beijo em Pedro e sua irmã.
Disse: - Vocês vão para dentro que preciso conversar com sua mãe .
O casamento dos dois estava uma porcaria, seu josé não a deixava trabalhar, e o medo da separação era muito grande, mas daquele jeito não dava pra viver mais, e começou a discussão. O pior é que a discussão começou na frente da familia do irmão e cunhada, que pediam para parar, pois as crianças estavam vendo tudo, inclusive Pedro, que estava ficando furioso com a forma que o pai estava tratando sua mãe.
Foi quando seu pai se exaltou e partiu para cima da mãe, agarrando os cabelos e a xingando, ele sentia muito ciume, e não a queria trabalhando, não queria que fosse independente, porque sabia que ela largaria dele.
Quando ele deu um tapa no rosto de sua mãe, todos olhando a cena e nenhum adulto teve coragem de intervir, foi quando Pedro saiu correndo, não aguentando mais ver aquela cena e partiu em direção ao seu pai, dando-lhe um murro em seu peito, que deixou todos que estavam presentes de boca aberta e queixo caido. Foi quando seu pai ficou estatico, paralisado, olhando para Pedro que chorando dizia: - nunca mais encoste a mão em minha mãe. Acabou discussão na hora, seu pai sem palavras, não podia externar o que estava sentindo, vendo o filho dele, querido, claro, defendendo a mãe daquela forma, não sentiu dor fisica, porque uma criança de 9 anos não teria essa pretensão, mas sentiu dor, a dor do rermorso de estar fazendo mau para aqueles dois seres tão inofensivos e para uma mulher totalmente dependente dele. Foi quando sua mãe pegou as duas crianças e levou para o banheiro da casa de seu tio, até então não tinha entrado naquele banheiro. Seu pai sentou na cadeira e chorou por um tempo. Pedro e sua irmã quase não tiveram contato com seu pai depois daquele fatidico dia. Tiveram que fazer uma viagem, mas isso é outra história...