A HISTÒRIA DE MAX.



Sentada em minha cadeira predileta, ouvia os latidos alegres de Max.brincando com minha filha.
A minha memória saudosa, voltou ao tempo.
Lembranças, que teimam em estar presentes levaram-me a cinco anos atrás.
Como se fosse ontem...

_Ana, já te falei que não vamos levar o Max .
_Mas bem, Juninho gosta tanto dele e depois foi a comadre Tina que trouxe ele, lembra?
_Sei, sei... mas você sabe que eu detesto animais, melhor dar fim nele!
Não vamos levar já disse!!
Dona Ana minha vizinha, sabia que não adiantava argumentar com seu Lino.
Era ele quem mandava na casa e pronto.
_Sonia!!! ... Oi Sonia estou entrando!!!
_Oi Ana, Entre!!! Estou na cozinha.
_Oi Sonia tudo bem?
_Ai amiga, essa mudança tem acabado comigo,
e o Lino que não quer levar o Max!
Vim ver se você não quer ficar com ele.
_Ah minha linda..Já tenho a Catarina e dois cachorros... se eu pudesse...
depois com a vinda de Bruninha...
_Poxa, talvez eu nem venha a conhecer Bruninha com a nossa ida pra Rondonia..pra quando é mesmo?
_Daquí a dois meses, se Deus quiser.
_Ah..Tá bom então vou ver o que eu faço com Max.

No outro dia, não ouvi mais os latidos de Max.,
_Ana, cadê o Max?
_Eu levei ele pra Praia da Lua, na casa de uns conhecidos.
_Sentí uma peninha de ficar longe do bichinho.
Praia da lua na verdade não era praia.
Era um lugarzinho à beira do Rio Negro, pertinho de Manaus.
Lugar bonito onde a areia branquinha, era tocada pelo rio em suave remanso.
Famílias inteiras passavam os domingos ou feriados alí.
Nas barracas cobertas por lonas, eram servidos, peixe assado, ou "caldeirada", prato muito saboroso feito com peixe cosido e verduras, com um toque especial do "cheiro verde" da região.
Max ficaria bem.

Dias depois, minha visinha, com os olhos vermelhos de tanto chorar, veio se despedir de mim.
_Xau amiga...Eu bem que não queria ir embora...
Ooh querida...
Você logo vai se acostumar lá, você vai ver!
Um nó de emoção formou se em minha garganta, choramos juntas.

O tempo foi passando, eu estava já nos dias de ter a Bruna.

Sentada nesta mesma cadeira da varanda, ouvi uivos tristonhos...
Agucei o ouvido...não era Catarina minha velha companheira.
Foi quando olhei para o portão da antiga casa de Ana.
Lá estava um cãozinho, quase desfalecido, sujo de dar dó.
_Coitadinho, pensei dirigindo me ao local.
O cão quando me viu, abanou o rabinho, mas não tinha quase forças para sair do lugar.
_Oi cachorrinho, venha aqui... Parece o Max...não, não pode ser.
Tomei-o nos braços e levei-o para casa.
Meu marido não havia chegado ainda, então enchi uma bacia com agua morninha e levei para o quintal, dei um belo banho no animalzinho.
Notei que suas patinhas estavam inchadas, sangrando, o pelo pretinho, estava empastado, de vez em quando ele me olhava, abanava a cauda como se me reconhecendo, arrisquei então...
Max!!!...Max!!!... O cãozinho esboçou um latido, abanando a cauda.
Era o Max ...Era sim!!!
_Bemmm!!! cade você? Era meu marido chegando.

_Vem cá tô aqui no quintal.
_Que você tá fazendo amor? Perguntou Dario sorrindo.
_È o Max.
_O Max? Mas ele não estava na praia da Lua?

Vamos ficar com ele amor, até que alguém o procure?

_Você manda minha linda, mas veja... Temos já a Catarina...

_Não posso deixá-lo na rua Dario, "tadinho".
_Até hoje Max mora conosco.
Catarina já nos deixou faz um ano.
Max, amoroso, conquistou nosso coração.
Um dia Bruninha chegou pra mim e disse:
_Mamãe, eu gosto tanto do Max...onde voçê o encontrou?
_Eu não o encontrei querida...Ele nos encontrou.
_Como assim ?
Então contei-lhe a história do Max.