PASSOU A NOITE COM UM FANTASMA

O rapaz veio da cidade grande para visitar o Tio que morava na pequena e pacata cidadezinha do interior do estado, ele apesar de estar só e não ter nenhum outro parente de sua idade para conhecer melhor o lugar, pois os poucos primos que moravam na cidade eram casados e tinham uma vida modesta, não participando dos acontecimentos noturnos do lugarejo mas pela bela aparência e a facilidade em fazer amigos que herdara do grande centro, fez com que o rapaz fizesse em poucos dias alguma amizades com jovens de sua idade e através desta amizades tomou conhecimento de que aconteceria naquele sábado um famosos baile no clube local, não tendo outra atividade resolveu ir no referido evento e assim aconteceu.

No recinto do clube, comunicativo como era, acabou por fazer varias amizades mas valeu a pena mesmo foi conhecer Aninha, uma garota loira, muito bem apessoada, com um bom nível de cultura, apesar de morar naqueles cafundó, a moça não tinha nada de caipira, tanto é que conversaram muito, dançaram a noite toda, trocaram confidencias e foi assim que ele ficou sabendo de que apesar de ter nascido na cidade a tempos ela havia mudado do lugarejo, motivo pelo qual perdera contato com os moradores, visto que vinha raramente na cidade. No finalzinho do baile ela pediu para ir embora, e ele , muito educado que era se prontificou a levá-la para casa, costume da capital e que também já havia se espalhado pelo interior. Aquelas horas da madrugada caia uma chuvinha fina e ela não recusou a companhia do rapaz e saíram conversando animadamente, em determinado ponto protegidos pela copa de uma arvore trocaram até alguma juras de amor depois se despediram, ela foi para casa dos pais protegido por uma jaqueta jeans do rapaz que feliz da vida retornou a casa do tio pois nada mais havia a fazer no baile.

No outro dia o rapaz foi procurar pela moça na casa de seus pais, pois verdadeiramente ela havia ganhado a sua simpatia e por que não o coração, visto que tantas coisas tinham em comum. Ao chegar na casa do pai da moça, foi logo se identificando e sem receio algum perguntou pela Aninha, no que o velho senhor não deixou transparecer o seu espanto e muito serio respondeu:

____ Minha filha Aninha, era um anjo de candura, mas já fazem mais de vinte anos que é falecida.

O Rapaz sentiu faltar lhe o chão aos pés e assustado comentou

____ Não é possível, então não estamos falando da mesma pessoa pois estive com ela no baile do clube, e na madrugada acompanhei-a ate a esquina e ela ainda trouxe minha jaqueta para se proteger da garoa.

Após descrever os trejeito da moça, o pai também desolado com a teimosia do rapaz indicou um quadro na parede onde tinham vários retratos e la estava o de Aninha, bela como que. O rapaz não teve duvidas, era a jovem mesmo, mais nervoso ainda insistiu com o bondoso homem que isto não era possível pois esteve com ela a noite toda no baile e que a acompanhou no retorno para casa e como a madrugada estava fria e chuvosa, deu a ela sua jaqueta para que se proteger da garoa e haviam combinado que na sua visita ela devolveria.

O velho vendo que o rapaz parecia estar falando a verdade mas que algo de estranho havia nesta historia, convidou-o para visitar o tumulo da filha no cemitério que ficava a alguma quadras, saíram devagar e foram conversando pelo caminho e ao chegarem no jazido da moça, para espanto de ambos, a Jaqueta do moço esta lá.

Maciel de Lima
Enviado por Maciel de Lima em 01/12/2010
Reeditado em 01/12/2010
Código do texto: T2648398
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