O Furacão do conhecimento
Quando, diante da catástrofe causada por um devastador furacão, que assolou uma bela cidade da Costa Leste dos Estados Unidos, um homem jovem e muito rico, que tentava desesperadamente salvar o que havia restado de seus bens materiais, parou por alguns instantes e observou que um senhor, daquela mesma cidade, aproximava-se dele a passos largos, apenas com a roupa do corpo, sem levar nada em suas mãos. Parecia impossível diante de tal situação de total destruição, porém, aquele nobre senhor estampava em seu rosto um ar sereno que demonstrava certa satisfação, como se algo muito bom tivesse acontecido. O homem pensou que se tratava de um louco e continuou lamentando por sua bela motocicleta e seu carro conversível, que haviam se transformado em um pequeno amontoado de latas. Xingando o “maldito” furacão e gritando sem parar, já havia recuperado seu notebook e agora procurava suas jóias e seus dólares, que colocara em um baú. Estava cegado por sua obstinação material, que nem percebera a nova tempestade que se anunciava no horizonte daquela tarde sombria e triste.
Então, aquele nobre senhor aproximou-se do desesperado cidadão, pegou-o pela mão e disse:
— Venha comigo, deixe tudo para trás, estou trazendo algo comigo que poderá reconstruir tudo isso e muito mais. Venha!
Intrigado e com a ira estampada no rosto, o homem perguntou:
— O que você leva de tão valioso, se não vejo nada em suas mãos?
Quando, o experiente senhor respondeu em tom calmo e acolhedor:
— Levo algo invisível, meu jovem. Levo o conhecimento, que furacão algum neste mundo poderá tirar de mim, se salvar minha humilde vida. Levo o conhecimento, que tem a força de dez furacões, que com ele o homem construiu tudo o que vimos até hoje e, que construirá, ainda, muito mais.
O jovem milhionário paralisou-se diante daquela resposta dada por um senhor, que falava de algo tão importante, de uma forma tão simples. Algo tocou seus mais profundos sentimentos e, já em prantos, olhando para trás, observando o cenário de total destruição, pediu:
— Por favor, leve-me contigo, se ainda há tempo!
— Meu jovem, sempre há tempo para recomeçar!