AS ESTÓRIAS DE CHICO BUTINA ( PEIXE LÂMPADA )
Bem amigos, para quem já acompanhou aqui em minha página, alguns dos "Causos" do nosso tão querido "Chico Butina", aqui vai mais uma dessa ilustre e sacana figura residente em Tatingá MG.
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Ahhhhhhhhh.... a cidade de Tatingá... ( não, não é a entrada do desenho das meninas super poderosas )
Dia ensolarado, pássaros serelepes cruzando os céus berrando suas belas cantigas, crianças descalças brincando na rua... e claro, a nossa velha e sempre companheira pracinha do centro da cidade, sempre cheia de bons violeiros e simpatizantes. Uns cantando, outros apenas dedilhando seus violões em busca do tom perfeito, enquanto que outros sem dom admirável apenas ouvem tudo acompanhando assim com o balançar de suas cabeças.
E como não poderia deixar de ser, nesta cena toda continha um intruso que no mais absoluto silêncio, insistira em permanecer naquele cenário, como se esperando o momento certo de fazer alguma zoação.
Neste dia, lembro que a cidade estava recebendo a visita de Arnaldo, filho de Seu Bezerra, um dos grandes fazendeiros de lá.
Faziam mais de 15 anos que Arnaldo embarcara numa desconhecida aventura num mundo chamado “Cidade Grande”, pois Seu Bezerra dissera a seu filho ainda diante da porta do ônibus, que o mesmo só voltaria aos aconchegos familiares somente depois de se formar em advocacia. E naquele dia, Arnaldo veio a cumprir as ordens de seu pai.
Chegando na cidade, a falta de sorte de Arnaldo, o faz encontrar no ponto final do ônibus, o irremediável Chico Butina, que com o jeito mineiro de ser, recebe Arnaldo com todo o carinho Tatingaense.
Quanto tempo Seu Chico Butina, passaram-se 15 anos e o Senhor continua igualzinho, como pode isso homem de Deus? Pergunta Arnaldo querendo fazer bonito ao velho matuto.
Ara, dexa disso sô, Tô iguarzinhu nada.
Já troquei di ropa umas 50 veizi, só u chapéu devu te trocadu umas 40 veizi, como qui to igarzinhu a 15 anu atrais???
Arnaldo percebe que o matuto realmente não mudara em nada, e desiste de tentar consertar a situação.
Mas então Seu Chico Butina, o que conta de novo? Quais as novidades da cidade?
Ahhhh, tem nada não, tá tudo iguarzim iguarzim...
Mas como assim? Não aconteceu nada nesses 15 anos? Pergunta Arnaldo com cara de surpresa.
Ahhhhhh, a única coisa que o cê vai instranhá, é o riu onde o cê gostava de brincá...
Ué? Por quê ? O que aconteceu com meu querido rio?
Carma Dôtô Arnardu, u riu inda tá lá, só qui agora eli deu di abrigá uns pexe giganti, pricisa di vê.
Sério, como assim peixe gigante?
Intão, tem até campionatu de pescaria na cidadi, eu memo já ganhei a
inté trofer de mêió pescadô.
Sério Chico? Me conta esta história rapaz, quero muito ouvir, não sabia que minha cidade abrigava campeonato de pesca, e nem que aqui existiam peixes gigantes.
Pois é Dôtô, só pru Sinho vê, semana passada pegaram uma carpa de 128 quilus bem ali naquela margi, perto da goiabera.
Ahhhhhhhhhhh Chico Butina, me poupe, carpa de 128 quilos? Como pode isso?
Verdadi Seu Arnardu, a bicha era grandi memo. Pricisô di 8 homi pra tirá a danada da água, isso dispois de quase 6 horas di briga cum ela.
Quê? Oito homens ficaram 6 horas para tirar o peixe da água? Tem certeza que era peixe mesmo heim Chico?
Tenhu sim sinhô uai.
Ahhhh tá bom vai Chico, mas vamos lá, quero saber mais sobre estes eventos. Me conte sobre o seu troféu e como veio a ganha-lo.
Ara, achu mio num conta essi causo não sô.
Ué, mas por que não?
Ara, si u sinhô num acretitô no causu da carpa de 128 quilu, nunca qui vai acreditá que nessi riu tinha um dorado di 480 quilu...
Cumé qui é?????????????? ( nesse momento Arnaldo esquece por completo a linguagem culta, e volta às suas raízes)
Dourado de 480 quilos??????? Tá querendo me esculhambar é?
Magina dôtô, pur causa di quê u sinhô acha que fizeru campiunato di pescaria aqui na cidadi???
Era só pra modi agarra o danado Du dorado ué....
Verdade mesmo Seu Chico... agora faz sentido a sua história. Mas me conta o resto, quero saber TIM TIM por TIM TIM.
Ara, o sinhô vai dize qui é mintira sô...
Magina Seu Chico, me conte logo isso tudo.
Tá bão intão ué.
Anu passadu discubriru que argo di istranhu tava acunticendu cus patu qui nadava lá riu, pois us coitadim tava suminu sem ispricação ninhuma.
Inté qui um dia u guarda Astorfo viu u danado Du dorado dá u boti nu coitadim du bixim qui nadava nu riu... foi aí qui u prefeito crio u tar di campiunato di pescaria, ele quiria aqui arguem tirasse u bicho di La, pra modi para di cume us pato.
Então você quer me dizer que o dourado comia os patos ?
Issu. Pur isso u bicho é danadu di grande.
Ahh Tá... me diga uma coisa, se 8 homens levaram 6 dias para tirar uma carpa de 128 quilos da água, quanto tempo você levou pra tirar esse dourado de lá???
Vixi Dôtô, foi muito difici, levei um ano e meio pra dizagarrá u bicho dágua.
Também, 480 quilos não é para qualquer um não, suponho que você tenha jogado a rede nele e amarrado ao tronco de alguma árvore, deixando-o cansar até à morte.
Qui nada... Eu jurei qui quando eu intrasse nu riu, eu só saía di lá com u bicho nu barco.
Você ficou um ano e meio nesse rio sem pisar na terra em momento algum????
Issu, intrei nu riu cum meu barquim i fiz a tucaia pru danado, fiquei dia... fiquei noite... dia .... noite... até qui dispois di seis mêis numa bela noite u bicho vem mi atazaná... cumeçô a bate u rabo nu barco querenu mi assustá. Peguei a lanterna e alumiei a cara du danadu... i num é qui u safado deu uma rabada na laterna e jogô ela na água... u safado mi dexo nu iscuro, mais memo assim fiquei nu riu isperando u safadu.
Dispois di um ano eu ainda tava ali, só na tucaia, i u doradu veiu di novo mi pega...u bicho tava tão brabu qui us zoio dele tava acesu, paricia duas lampia acesa. Mais agora eu tava preparadu pru danadu...
Quando ele chego bem pertim du barco, eu dei uma porretada neli com o remu du barcu, i u danadu dismaio.
Peguei o bicho butei nu barco e levei pra cidadi, pra modi comemora a pescaria.
Cheganu lá, já mandei dona Eleonor istrinchá o bicho i fritá pra todu mundu cume.
Você bateu o remo no dourado e ele desmaiou, depois você pegou sozinho 480 quilos e colocou no barco, tudo isso depois de um ano e meio... Isso é incrível seu Chico...
Incriver? Qui nada, incriver foi o que a dona Eleonor achou dentru da barriga du danado...
Já sei, não responda. Ela achou um pato?
Qui nada, ela achou a lanterna qui eu dexei caí na água, u bicho tinha cumido ela... dispois dissu qui eu discubri pur que qui us zoio du bicho tava aceso...
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh, não vai me dizer que a lanterna estava acesa???
I num é qui tava!!!!
Como que a lanterna ficou acesa depois e um ano e meio??? Impossível não acha Seu Chico...
É qui eu só uso pia duracer ué...
Bem amigos, para quem já acompanhou aqui em minha página, alguns dos "Causos" do nosso tão querido "Chico Butina", aqui vai mais uma dessa ilustre e sacana figura residente em Tatingá MG.
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Ahhhhhhhhh.... a cidade de Tatingá... ( não, não é a entrada do desenho das meninas super poderosas )
Dia ensolarado, pássaros serelepes cruzando os céus berrando suas belas cantigas, crianças descalças brincando na rua... e claro, a nossa velha e sempre companheira pracinha do centro da cidade, sempre cheia de bons violeiros e simpatizantes. Uns cantando, outros apenas dedilhando seus violões em busca do tom perfeito, enquanto que outros sem dom admirável apenas ouvem tudo acompanhando assim com o balançar de suas cabeças.
E como não poderia deixar de ser, nesta cena toda continha um intruso que no mais absoluto silêncio, insistira em permanecer naquele cenário, como se esperando o momento certo de fazer alguma zoação.
Neste dia, lembro que a cidade estava recebendo a visita de Arnaldo, filho de Seu Bezerra, um dos grandes fazendeiros de lá.
Faziam mais de 15 anos que Arnaldo embarcara numa desconhecida aventura num mundo chamado “Cidade Grande”, pois Seu Bezerra dissera a seu filho ainda diante da porta do ônibus, que o mesmo só voltaria aos aconchegos familiares somente depois de se formar em advocacia. E naquele dia, Arnaldo veio a cumprir as ordens de seu pai.
Chegando na cidade, a falta de sorte de Arnaldo, o faz encontrar no ponto final do ônibus, o irremediável Chico Butina, que com o jeito mineiro de ser, recebe Arnaldo com todo o carinho Tatingaense.
Quanto tempo Seu Chico Butina, passaram-se 15 anos e o Senhor continua igualzinho, como pode isso homem de Deus? Pergunta Arnaldo querendo fazer bonito ao velho matuto.
Ara, dexa disso sô, Tô iguarzinhu nada.
Já troquei di ropa umas 50 veizi, só u chapéu devu te trocadu umas 40 veizi, como qui to igarzinhu a 15 anu atrais???
Arnaldo percebe que o matuto realmente não mudara em nada, e desiste de tentar consertar a situação.
Mas então Seu Chico Butina, o que conta de novo? Quais as novidades da cidade?
Ahhhh, tem nada não, tá tudo iguarzim iguarzim...
Mas como assim? Não aconteceu nada nesses 15 anos? Pergunta Arnaldo com cara de surpresa.
Ahhhhhh, a única coisa que o cê vai instranhá, é o riu onde o cê gostava de brincá...
Ué? Por quê ? O que aconteceu com meu querido rio?
Carma Dôtô Arnardu, u riu inda tá lá, só qui agora eli deu di abrigá uns pexe giganti, pricisa di vê.
Sério, como assim peixe gigante?
Intão, tem até campionatu de pescaria na cidadi, eu memo já ganhei a
inté trofer de mêió pescadô.
Sério Chico? Me conta esta história rapaz, quero muito ouvir, não sabia que minha cidade abrigava campeonato de pesca, e nem que aqui existiam peixes gigantes.
Pois é Dôtô, só pru Sinho vê, semana passada pegaram uma carpa de 128 quilus bem ali naquela margi, perto da goiabera.
Ahhhhhhhhhhh Chico Butina, me poupe, carpa de 128 quilos? Como pode isso?
Verdadi Seu Arnardu, a bicha era grandi memo. Pricisô di 8 homi pra tirá a danada da água, isso dispois de quase 6 horas di briga cum ela.
Quê? Oito homens ficaram 6 horas para tirar o peixe da água? Tem certeza que era peixe mesmo heim Chico?
Tenhu sim sinhô uai.
Ahhhh tá bom vai Chico, mas vamos lá, quero saber mais sobre estes eventos. Me conte sobre o seu troféu e como veio a ganha-lo.
Ara, achu mio num conta essi causo não sô.
Ué, mas por que não?
Ara, si u sinhô num acretitô no causu da carpa de 128 quilu, nunca qui vai acreditá que nessi riu tinha um dorado di 480 quilu...
Cumé qui é?????????????? ( nesse momento Arnaldo esquece por completo a linguagem culta, e volta às suas raízes)
Dourado de 480 quilos??????? Tá querendo me esculhambar é?
Magina dôtô, pur causa di quê u sinhô acha que fizeru campiunato di pescaria aqui na cidadi???
Era só pra modi agarra o danado Du dorado ué....
Verdade mesmo Seu Chico... agora faz sentido a sua história. Mas me conta o resto, quero saber TIM TIM por TIM TIM.
Ara, o sinhô vai dize qui é mintira sô...
Magina Seu Chico, me conte logo isso tudo.
Tá bão intão ué.
Anu passadu discubriru que argo di istranhu tava acunticendu cus patu qui nadava lá riu, pois us coitadim tava suminu sem ispricação ninhuma.
Inté qui um dia u guarda Astorfo viu u danado Du dorado dá u boti nu coitadim du bixim qui nadava nu riu... foi aí qui u prefeito crio u tar di campiunato di pescaria, ele quiria aqui arguem tirasse u bicho di La, pra modi para di cume us pato.
Então você quer me dizer que o dourado comia os patos ?
Issu. Pur isso u bicho é danadu di grande.
Ahh Tá... me diga uma coisa, se 8 homens levaram 6 dias para tirar uma carpa de 128 quilos da água, quanto tempo você levou pra tirar esse dourado de lá???
Vixi Dôtô, foi muito difici, levei um ano e meio pra dizagarrá u bicho dágua.
Também, 480 quilos não é para qualquer um não, suponho que você tenha jogado a rede nele e amarrado ao tronco de alguma árvore, deixando-o cansar até à morte.
Qui nada... Eu jurei qui quando eu intrasse nu riu, eu só saía di lá com u bicho nu barco.
Você ficou um ano e meio nesse rio sem pisar na terra em momento algum????
Issu, intrei nu riu cum meu barquim i fiz a tucaia pru danado, fiquei dia... fiquei noite... dia .... noite... até qui dispois di seis mêis numa bela noite u bicho vem mi atazaná... cumeçô a bate u rabo nu barco querenu mi assustá. Peguei a lanterna e alumiei a cara du danadu... i num é qui u safado deu uma rabada na laterna e jogô ela na água... u safado mi dexo nu iscuro, mais memo assim fiquei nu riu isperando u safadu.
Dispois di um ano eu ainda tava ali, só na tucaia, i u doradu veiu di novo mi pega...u bicho tava tão brabu qui us zoio dele tava acesu, paricia duas lampia acesa. Mais agora eu tava preparadu pru danadu...
Quando ele chego bem pertim du barco, eu dei uma porretada neli com o remu du barcu, i u danadu dismaio.
Peguei o bicho butei nu barco e levei pra cidadi, pra modi comemora a pescaria.
Cheganu lá, já mandei dona Eleonor istrinchá o bicho i fritá pra todu mundu cume.
Você bateu o remo no dourado e ele desmaiou, depois você pegou sozinho 480 quilos e colocou no barco, tudo isso depois de um ano e meio... Isso é incrível seu Chico...
Incriver? Qui nada, incriver foi o que a dona Eleonor achou dentru da barriga du danado...
Já sei, não responda. Ela achou um pato?
Qui nada, ela achou a lanterna qui eu dexei caí na água, u bicho tinha cumido ela... dispois dissu qui eu discubri pur que qui us zoio du bicho tava aceso...
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh, não vai me dizer que a lanterna estava acesa???
I num é qui tava!!!!
Como que a lanterna ficou acesa depois e um ano e meio??? Impossível não acha Seu Chico...
É qui eu só uso pia duracer ué...