AS ESTÓRIAS DE CHICO BUTINA ( O BICHO DO RIO )
Ahhhhh que tempo bom o tempo de criança, onde vivíamos na pequena cidade Tatingá nos cafundós de Minas Gerais, acho que nem no mapa se encontra esse lugar...
Lembro-me do tempo que, quem tinha televisão era rei naquela cidade, e quem não tinha, ou ia até a casa do vizinho assistir ou então ficava na praça ouvindo os causos dos minerim mais velhos...
Como eu não tinha tv e nem vizinho para repartir algumas horas de distração, eu sempre ficava na praça ouvindo os causos contados pelos violeiros daquela região.
Um dia, estávamos lá na praça ouvindo um monte de baboseiras, quando chega quem???
Chico Butina, ele era o Forrest Gump na versão mineira... Se o assunto era cocô de cabrito, ele sabia porque o mesmo cagava redondo. Simplesmente ninguém estava acima dele, sempre sabia de tudo, sempre tinha os melhores causos etc.
Nesse dia, os causos contados pelos minerim de lá, eram causos de terror, onde um dos violeiros dizia que um dia estava pescando no rio, quando de repente começa a sentir algo balançando a canoa, ele olha para água e vê algo gigantesco passando por baixo dela, e antes que ele termine a frase, Chico Butina interrompe o pobre coitado dizendo que aquilo não era nada perto do que acontecera com ele lá no rio Amazonas, numa de suas pescarias.
Pronto, todo mundo abandonou o coitado do violeiro que não sabia onde colocar a cara de tanta vergonha por não ter terminado seu causo.
E todo mundo pede que Chico Butina conte esse causo de qualquer jeito, e o safado se fazendo de difícil diz que se ele contar ninguém vai acreditar, e que prefere deixar quieto ( tipo se fazendo de difícil só para atiçar a curiosidade dos menos espertos )
"Por favor Chico, conte pra gente o que aconteceu no rio Amazonas, conte, conte, conte por favor"
Tá bão uai, dispois num diz que num avisei. O causo aconteceu memo, num quero ovi oceis dizê qui é mintira no finar"
Tá bom diz os tontim que ali estavam, e o Chico começa a contar aquilo que para nós deveria ser motivo de experiência de vida.
Meu cumpadi Tonho mi chamo pra i pescá lá no Riu Amazonas, i eu aceitei ué. Intão nóis fumo. Chegandu lá, dicidimu qui nóis ia pescá di noitinha, pra modi pegá mais pexe.
Chegandu a noitinha, botamo a canoa na água i começamu a desce o riu, num dava pra inxergá nada, e também nóis num pudia acende a lantena pra modi num ispantá us pexe.
A canoa foi descenu... descenu... até qui meu cumpadi dicidiu joga a preda pra modi pará a canoa, era ali qui agenti ia pega uns pexe pru armoço du otro dia.
Tava nóis la no bem bão, quandu di repenti nóis iscuita um baruio que vinha da margi do riu perto di nóis....
"TIC TIC TIC TIC TIC...... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
"TIC TIC TIC TIC TIC...... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
Nossa, o que era isso Chico? Pergunta um dos muleques remelentos que ali estava...
Carma uai, ove a istória qui u cê vai sabê... Diz Chico Butina para o apressadinho...
Intão gente, nóis começo a ovi esse baruio, e ficamu cum medo danadu di cê um bicho brabu, intão dicidimo sortá a preda e desce u rio mais pra baxo pra modi fica longe daquele baruio...
Só qui quanto mais nóis dicia, mais o baruio armentava...
"TIC TIC TIC TIC TIC .... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
"TIC TIC TIC TIC TIC .... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
Eu i u cumpadi tava quase si mijandu todo uai, di tantu medu qui nóis tava...
Inté qui falei pru cumpadi Tonho... Oia Tonho, nóis já tá lascado memo, intão vamu infrenta o bixo uai, u baruio ta vindo dali, vamu pega a lanterna i alumiá di uma veis i vê qui bixo é ué!!!
I num é qui u cumpadi Tonho aceito essa maluquici...
E toda a muleca diz em uma só voz...Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!
Mas que bicho era Chico ?
Ô meu deuso, carma fí di chocadera... ovi a istória qui o cê vai sabê ué...
Intão genti, pegamo a lanterna i alumiamo a margi du riu... i u cêis num sabi u qui tinha lá....
O que era chico? Conta logo, diz o mesmo muleque de outrora...
Tá bão, vô contá qui bixu era... Era um pica pau!!!
Quê??????? Um pica pau chico????? Como assim??????
Quê que tem a ver o barulho com esse bicho????? Você ta louco é????
Perguntam todos os moleques revoltados, por não conseguirem assimilar o barulho com o bicho...
Carma genti, qui eu isprico...
Dispois qui nois alumiô a margi du riu, foi qui nóis intendeu o lariado todo...
Oia só...
U pica pau tava agarrado na arvi, e ele ficava bicanu ela rápido dimais... e fazia o baruio "TIC TIC TIC TIC TIC"
Comu ele bicava a arvi muito rápidu, u biquim dele isquentava i ficava vermeim vermeim... nessi momentu ele discia até u riu i butava u biquim na água, onde fazia o baruio "XIMMMMMMMMMMMMMMMMMM"
Quanto ele isfriava u biquim, ele vortava pra arvi e bicava di novo... "TIC TIC TIC TIC TIC" ...
Intenderu agora???? Pergunta Chico Butina...
Ninguém responde nada, mas todos saem à procura de pedras, madeira e qualquer outra coisa que pudesse de fato machucar aquele F.D.P .
Ahhhhh que tempo bom o tempo de criança, onde vivíamos na pequena cidade Tatingá nos cafundós de Minas Gerais, acho que nem no mapa se encontra esse lugar...
Lembro-me do tempo que, quem tinha televisão era rei naquela cidade, e quem não tinha, ou ia até a casa do vizinho assistir ou então ficava na praça ouvindo os causos dos minerim mais velhos...
Como eu não tinha tv e nem vizinho para repartir algumas horas de distração, eu sempre ficava na praça ouvindo os causos contados pelos violeiros daquela região.
Um dia, estávamos lá na praça ouvindo um monte de baboseiras, quando chega quem???
Chico Butina, ele era o Forrest Gump na versão mineira... Se o assunto era cocô de cabrito, ele sabia porque o mesmo cagava redondo. Simplesmente ninguém estava acima dele, sempre sabia de tudo, sempre tinha os melhores causos etc.
Nesse dia, os causos contados pelos minerim de lá, eram causos de terror, onde um dos violeiros dizia que um dia estava pescando no rio, quando de repente começa a sentir algo balançando a canoa, ele olha para água e vê algo gigantesco passando por baixo dela, e antes que ele termine a frase, Chico Butina interrompe o pobre coitado dizendo que aquilo não era nada perto do que acontecera com ele lá no rio Amazonas, numa de suas pescarias.
Pronto, todo mundo abandonou o coitado do violeiro que não sabia onde colocar a cara de tanta vergonha por não ter terminado seu causo.
E todo mundo pede que Chico Butina conte esse causo de qualquer jeito, e o safado se fazendo de difícil diz que se ele contar ninguém vai acreditar, e que prefere deixar quieto ( tipo se fazendo de difícil só para atiçar a curiosidade dos menos espertos )
"Por favor Chico, conte pra gente o que aconteceu no rio Amazonas, conte, conte, conte por favor"
Tá bão uai, dispois num diz que num avisei. O causo aconteceu memo, num quero ovi oceis dizê qui é mintira no finar"
Tá bom diz os tontim que ali estavam, e o Chico começa a contar aquilo que para nós deveria ser motivo de experiência de vida.
Meu cumpadi Tonho mi chamo pra i pescá lá no Riu Amazonas, i eu aceitei ué. Intão nóis fumo. Chegandu lá, dicidimu qui nóis ia pescá di noitinha, pra modi pegá mais pexe.
Chegandu a noitinha, botamo a canoa na água i começamu a desce o riu, num dava pra inxergá nada, e também nóis num pudia acende a lantena pra modi num ispantá us pexe.
A canoa foi descenu... descenu... até qui meu cumpadi dicidiu joga a preda pra modi pará a canoa, era ali qui agenti ia pega uns pexe pru armoço du otro dia.
Tava nóis la no bem bão, quandu di repenti nóis iscuita um baruio que vinha da margi do riu perto di nóis....
"TIC TIC TIC TIC TIC...... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
"TIC TIC TIC TIC TIC...... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
Nossa, o que era isso Chico? Pergunta um dos muleques remelentos que ali estava...
Carma uai, ove a istória qui u cê vai sabê... Diz Chico Butina para o apressadinho...
Intão gente, nóis começo a ovi esse baruio, e ficamu cum medo danadu di cê um bicho brabu, intão dicidimo sortá a preda e desce u rio mais pra baxo pra modi fica longe daquele baruio...
Só qui quanto mais nóis dicia, mais o baruio armentava...
"TIC TIC TIC TIC TIC .... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
"TIC TIC TIC TIC TIC .... XIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII"
Eu i u cumpadi tava quase si mijandu todo uai, di tantu medu qui nóis tava...
Inté qui falei pru cumpadi Tonho... Oia Tonho, nóis já tá lascado memo, intão vamu infrenta o bixo uai, u baruio ta vindo dali, vamu pega a lanterna i alumiá di uma veis i vê qui bixo é ué!!!
I num é qui u cumpadi Tonho aceito essa maluquici...
E toda a muleca diz em uma só voz...Ohhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!
Mas que bicho era Chico ?
Ô meu deuso, carma fí di chocadera... ovi a istória qui o cê vai sabê ué...
Intão genti, pegamo a lanterna i alumiamo a margi du riu... i u cêis num sabi u qui tinha lá....
O que era chico? Conta logo, diz o mesmo muleque de outrora...
Tá bão, vô contá qui bixu era... Era um pica pau!!!
Quê??????? Um pica pau chico????? Como assim??????
Quê que tem a ver o barulho com esse bicho????? Você ta louco é????
Perguntam todos os moleques revoltados, por não conseguirem assimilar o barulho com o bicho...
Carma genti, qui eu isprico...
Dispois qui nois alumiô a margi du riu, foi qui nóis intendeu o lariado todo...
Oia só...
U pica pau tava agarrado na arvi, e ele ficava bicanu ela rápido dimais... e fazia o baruio "TIC TIC TIC TIC TIC"
Comu ele bicava a arvi muito rápidu, u biquim dele isquentava i ficava vermeim vermeim... nessi momentu ele discia até u riu i butava u biquim na água, onde fazia o baruio "XIMMMMMMMMMMMMMMMMMM"
Quanto ele isfriava u biquim, ele vortava pra arvi e bicava di novo... "TIC TIC TIC TIC TIC" ...
Intenderu agora???? Pergunta Chico Butina...
Ninguém responde nada, mas todos saem à procura de pedras, madeira e qualquer outra coisa que pudesse de fato machucar aquele F.D.P .