O fumante

À cada dia torna-se mais acirrado o combate ao tabagismo. É com frequência que a imprensa faz referência aos malefícios provocados pelo hábito de fumar. Milhares de pessoas em todas as partes do mundo são acometidas das doenças crônicas degenerativas como consequência de tão pernicioso vício. As estatísticas comprovam a alta incidênciade câncer de boca, das vias respiratórias e, sobretudo, de pulmão levando seus portadores inexoravelmente à morte.

O combate contra o tabagismo tem se intensificado à cada dia. Ações proibitivas têm sido desenvolvidas sobretudo em ambientes fechados, uma vez que as pessoas mesmo que não cultivem o hábito de fumar inalam a fumaça desprendida peloi cigarro dos fumantes sendo capazes de adquirir os mesmos males inerentes aos fumantes. São os chamados fumantes passivos. Tanto que já se tornou rotina a reserva de espaços destinados exclusivamente aos fumantes no sentido de preservar aqueles que abominam o cigarro. São os chamados "fumódromos".

Numa determinada cidade existia um homem de idade provecta que nos seus 105 anos de idade tinha por hábito fumar em torno de cinco carteiras de cigarros diariamente desde os idos da sua juventude e, por mais incrível que pareça, jamais havia desenvolvido quaisquer doenças atribuídas a tão arraigado vício. Desfrutava de invejável saúde oblviamente dentro das limitações compatíveis com a idade. Indiscutivelmente num flagrante contra-senso às inúmeras pesquisas médicas concernentes ao assunto.

Ao se aproximar o dia mundial de combate ao fumo um repórter pertencente a um conceituado jornal fora designado para entrevistá-lo, no sentido de elaborar uma reportagem alusiva ao tema. Quem sabe tentando contestar as referidas pesquisas.

Sem demora procurou através de repetidos telefonemas entrar em contato com o citado senhor, haja vista a exiguidade de tempo para a conclusão da reportagem em apreço.Através de repetidos e insistentes telefonemas o jornalista tentava sem êxito entrevista-lo no que sistematicamente não obtinha sucesso. De tanto insistir, dada a premência do tempo, o senhor finalmente querendo se livrar da persistência do jornalista, mesmo a contr-gosto, concorda em recebê-lo em sua residência.

Assim sendo,o repórter pergunta-lhe qual seria a hora mais conveniente para o encontro pois o dia aprazado coincidia com avéspera do dia internacional de combate ao fumo, daí a necessidade em realizar a referida entrevista. Sem mais delonga o velho diz que o receberia às onze horas da manhã. Diante disso o repórter na iminência de ver o tempo se esgotando para tal empreitada pergunta-lhe a que horas ele costumava acordar tendo como resposta seis horas. Sem esconder sua ansiedade para escrever tal reportagem e para que a matéria fosse revisada como norma costumeira da imprensa escrita, nervosamente pergunta-lhe o que ele fazia das seis as onze horas da manhã numa tentativa de antecipar a tão almejada entrevista.

Imediatamente o velho responde-lhe: TUSSO.

wellmac
Enviado por wellmac em 28/11/2010
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