O espirro fatal

Na minha época, ha muitos anos, e já faz anos para caramba,

estudávamos até o quarto ano primário, conhecido atualmente pelo apelido de quarta série do fundamental I, e já recebíamos um diploma. A maioria parava por ai mesmo e zéfini. Um ou outro seguia em frente e se formava no ginásio, quando, então, recebiam um outro diploma que era o da oitava série ginasial, e pronto, o cara já era considerado um doutor.

Pois bem esse caso que conto agora, ocorreu exatamente com os alunos do quarto ano primário. Quase no fim do segundo semestre, a professora Terezinha adoeceu, e mandaram uma outra professorinha

para substituí-la. Uma jovem, muito bonita por sinal, aparentando ter mais ou menos uns 19 anos. Já no primeiro dia, a professorinha começou com uma espirração danada dentro da sala de aula, que não acabava mais. A pobrezinha era alérgica a aquele terrível pozinho produzido pelo bastão de giz. E toda vez que ela espirrava, pronto, era aquela zoeira. A sala, a um só coro, berrava saúde para ela. Era mais pela tiração de sarro, que pela educação.

Passou-se quase uma semana com aquela farra-do-boi abestaiada. Era só a professora espirrar e a sala se transformava num verdadeiro salseiro. Até que ela, ao perceber que já estava virando bagunça, resolveu por um ponto final naquilo. Explicou a todos que ela era alérgica ao pó de giz, e que por isso não seria mais necessário gritar saúde toda vez que ela espirra-se. Só que, justo neste dia, o Robertinho, que sentava lá fundo, faltou à aula, e conseqüentemente não ficou sabendo do comunicado que a professorinha havia passado.

Tudo bem, no outro dia o Robertinho apareceu, e assim que tocou o sinal, todos os alunos formaram a fila e entraram para a sala de aula, acompanhados da professora. Assim que ela terminou de fazer a chamada, corrigiu os deveres de casa, e dirigiu-se a lousa para passar a lição do dia. Pronto... Foi só ela começar a escrever, e não passou quase nada, já deu um tremendo de um espirro. Todos já sabiam que não era mais para gritar saúde, e por isso cada um ficou na sua, menos o pobre do Robertinho que havia faltado no dia anterior, e lá do fundo, educadamente, berrou:

----Foda-se!!!