Carnaval
Garotas com trajes mínimos
Salto alto e brilho na cabeça
Corpos à mostra e olhar de cobiça.
Para o adolescente
Nada o faz que esqueça.
Para que ver?
Desejar? Melhor nem pensar,
Nem querer saber.
Sou aquele que cede
Aquele que sai de casa
Do seu quarto, da sua cama.
É preciso dar lugar
Para quem vem de longe
Que quer fazer festa
E desabriga o outro.
Que vida é esta?
Quero “ficar grande”
Quero ter dinheiro
Quero ocupar meu lugar
O ano inteiro.
Nada de de ser diferente
Desigual...
Que por falta de grana
Não brincar o Carnaval.
Quem é este que vem
E me faz pegar um sol danado
Em cima de um carro com banco quebrado?
Não importa,
É gente da cidade grande,
“Gente grande”...
Sou apenas um protótipo de gente
Para amanhã, quem sabe...
Poder viver
E nunca... Nenhuma festa perder.