O JUMENTO E A SOGRA

Uma das maiores injustiças cometidas contra a mulher em minha opinião, é esta discriminação existente para com a sogra e a loura.

A mulher é por excelência o ser humano mais sublime que existe na face da terra, fonte de amor e de vida. Nenhum homem vem ao mundo senão pelo milagre do seu ventre. No entanto ele se volta contra ela de forma injusta e preconceituosa. Há uma polêmica que a mulher vem conquistando espaço, isso não procede, ela está apenas ocupando seu lugar o que é um direito seu. Sendo ela a precursora da vida. Os homens com o machismo hereditário estão constantemente a discriminá-la denegrindo sua imagem.

A sogra, por exemplo, é vista por muitos como um ser nocivo no seio familiar injustiçada erroneamente. Ela se torna uma super mãe em qualquer problema que o marmanjo do genro causa com suas trapalhadas, e recebe em troca os mais esdrúxulos nomes.

Igual injustiça é cometida também com a loira essa linda mulher que dá um colorido todo especial às demais raças, como uma bela flor ornamentando o jardim existencial da vida humana.

Contam os preconceituosos que havia numa pequena cidade interiorana uma bela loira filha de um lenhador. Tendo perdido o pai quando era um bebê fora criada pela mãe que sem opção para sobreviver, seguiu com muita dignidade a profissão do marido lenhador. Sobreviva com o faturamento das lenhas secas, carregadas no lombo do jumentinho único bem alem do pobre casebre deixado pelo marido. Lenhas estas doadas pelos fazendeiros nos derrredores da pequena cidade e vendidas para consumo doméstico. Épocas dos fogões a lenha esbranquiçando o espaço com suas chaminés deitando à fumaça branca sobre a cidade.

A menina cresceu linda como que, ajudando a mãe naquele vai e vem do mato para a cidade e vice - verso.

Tornou-se uma bela mulher. Sua mão foi disputada pelos mais variados pretendentes. Mas como santos de casa não fás milagres, ela acabou se casando com um abastado e famoso comerciante de uma cidade vizinha. A filha tentou de todas as formas, levarem com eles a mãe. A mesma recusou preferiu morar na pacata cidadezinha. O genro muito cordial ajudava a sogra para que não mais precisasse trabalhar. Mas, acostumada com aquela lida diária, ela continuou com seu modesto trabalho de lenhadora.

Certo dia chega um mensageiro à loja do genro, com a triste noticia. - O jumento desferiu um coice em sua sogra e infelizmente ela veio a falecer.

De imediato ele pegou seu fordinho vinte e nove, com a esposa e seu filhinho e partiu para o velório da sogra. Ao chegar ficou boquiaberta com a multidão de gente fomando uma longa fila rua afora que chegava a dobrar o quarteirão. Admirado co tamanha comoção, comentou com um amigo que estava na fila; - puxa vida sinceramente não sabia que minha sogra era assim tão querida nesta cidade... Agora está explicado o motivo de ela recusar em morar com a gente!- Que nada seu moço, esta fila é inscrição que estão fazendo para dar lance no jumento. Vai ser leiloado por “ordem do prefeito” este jumento foi muito valorizado!Jumento que mata sogra tem que ser reaproveitado, quem arrematá-lo vai tirar um bom proveito, faturando uma grana preta... Já imaginou quanto vale um coice do bicho!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 15/11/2010
Reeditado em 23/11/2010
Código do texto: T2616182
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