A visagem. parte final

Não muito longe dali algumas horas atrás em um posto de gasolina, encosta um desses caminhões ultramoderno e todo enfeitado e com uma frase escrita com letras garrafais no pára-lama. ´´Baiano é a mãe.``

A porta se abre fazendo um ruído irritante e eis que desse um nordestino. estatura media ombros largos e cintura fina.

_O Merda! Tenho de mandá arruma essa porta. Ele parecia estar em choque, algo o incomodava. Suas pernas por vezes perdiam o passo e quase o derrubavam. o macacão colado ao corpo o incomodava assim como um mal jeito na coluna.

Ele entra no bar que fica no posto e pede.

_Mim de a pinga mais forte que tu tivé ai, tu vissi.

_a essa hora? Perguntou o balconista já puxando conversa.

_Oxente?E tem hora pra bebe agora? Alem do mais do jeito que to, bebo toda essa garrafa numa só golada.

_Uai so, aconteceu algo?

_Oxe? Se Aconteceu?Tu nem imagina bichim. Eu que sou devoto do meu padim padi ciço. (dito isso benseu-se.)achei que tinha visto tudo nesse mundão de meu Deus.mais o acontecido dessa noite mexeu com meus nervos.

_Ora home, estão conta. disse o balconista curioso.

_Bem vinha eu por essa estrada, essa mesma da qual fica o posto. Eu já dirigia a seis horas seguidas e já estava muito cansado, o corpo doía todo. Já era alta madrugada e um nevoeiro doido cobriu tudo. então parei no acostamento já que seria burrice dirigir sem enxergar num sabe.

eu nunca tinha vindo por essas bandas e essa estrada parece que é abandonada , num tem nem restaurante nem boteco,pelo menos num vi.

a fome já estava fazendo um buraco no meu buxo,então aproveitei pra cume e descansar um tiquinho.

E La estava eu no acostamento cumeno um naco de jabá com pão caseiro que minha patroa tinha feito com todo carim pra mim.

quando eu vi um vulto na estrada.então acendi o os faroi de mia pra mode enxergar mior e vi alguém parado na estrada, oia num sei se era home ou muié.

Só sei era alto e magro, então pensei se tem gente na estrada é melhor aproveitar pra pergunta se tem algum restaurante por ali, num sabe. Então acendi também as luzes colorias do painel pra chama mais a atenção daquela pessoa. Fiquei dentro da cabine esperando que ela se aproximasse. mais aconteceu algo estranho,tu vissi.

pois eu tinha certeza que ela se mexia ,mais não saia do lugar.

curioso com aquilo abri a porta do caminhão que fez um baita barulho pois esta quebrada e pro meu azar pisei num atoleiro e senti as costas .com um pouco de esforço sai do atoleiro ,apoiei uma das mãos nas costas pra aliviar a dor e com a outra acenei pra aquela pessoa.

foi nessa hora que percebi que a visagem num era uma pessoa ,ou pelo menos não viva.

Nessa hora o balconista o interrompeu, e lhe deu mais uma bebida.

_meu jisuis cristinho!Essa é por conta. Disse enchendo o copo que transbordou molhando todo o balcão. por favor continue.insistiu.

Eu estava a poucos metros daquela visagem alta e branca. Seu corpo se sacolejava, seus braços giravam como se fosse voar ou jogar um encantamento. Balbuciava coisas que eu não conseguia entender. nisso eu também já estava apavorado,eu que sempre fui devoto do meu padim pade ciço.(Dito isso benseu-se.)e achava que já havia visto tudo nesta vida, estava diante de algo que eu nunca acreditei que existisse.meus cabelos estavam em pé ,senti arrepiar ate o cabelo do sovaco,num sabe.

ate a dor de minha costa sarou.mais como sou cristão me apiedei daquela triste alma que parecia estar sofrendo uma dor horrível ,então lhe disse.---não se desespere eu acenderei uma vela pela sua alma,e meu padim pade ciço . (Dito isso benseu-se.) ha de te tirar desse sofrimento.

Quando terminei de falar senti um mau cheiro horrível quase não consegui respirar, parecia algo podre como se o corpo daquela criatura estivesse em decomposição. Mesmo assim não me intimidei, pois nordestino é assim não tem medo de nada. E eu sou um nordestino honrado. por isso não me detive e continuei.

Segui em sua direção, mais quando eu dava um passo à frente, ela dava dois para trás. eu não agüentava mais aquele fedo que aumentava cada vez mais.foi quando diante dos meus olhos eu vi aquela coisa sumir para o nada.

(Silencio.)

_Santo Deus, home! Disse o balconista se benzendo e agora enchendo também seu copo. já ouvi muitas estórias de assombração ,mais como essa não.que sufoco.

_Pois é. Disse o nordestino agora com um ar de superior.e limpando a boca depois de mais uma golada.

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Bem agora vou resumir o que aconteceu aos dois depois dessa traumática visão.

Teófilo Braga, nunca mais superou o acontecido, agora quando atravessa a rua olha para os cinco lados. Ou seja, pra frente, pra trás, direita esquerda e agora também para cima. Virou ate celebridade naquela pequena cidade, agora todos o chamam de.

´´ ET.ofilo Braga.``

O nordestino finalmente consertou a porta da cabine e voltando a juazeiro foi agradecer ao seu padrinho padre Cícero. Suas costas não doeram mais e acreditando que era um milagre daquela visagem prometeu que toda vez que passasse por aquela estrada acenderia velas pela alma milagrosa.e assim fez varias vezes.

Quanto a mim o locutor dessa estranha estória coloquei-me a pensar depois desse mal entendido.será que o azul que vejo é igual ao azul que você vê?