DESPREZO
Ela não podia acreditar. De repente, sua vida estava virada de cabeça para baixo e o que havia construído, desmoronava sem que ela pudesse absorver, entender...
Seu casamento era tão recente, nem dois anos completos...uma filha de apenas um ano...e tudo escorria por água abaixo. Um terremoto, um maremoto, uma tempestade, qualquer descrição que representasse um caos poderia demonstrar como estava sua cabeça, seu estado de espírito.
Havia sido traída, enganada, abandonada por aquele que considerava seu parceiro. Estava passando por uma das piores condições humanas : O desprezo.
Sabia que seu relacionamento não ia tão bem quanto deveria. Na verdade, casou apaixonada, mas não tinha certeza da recíproca absoluta desse sentimento. Ele parecia gostar dela, afinal, tinha lhe proposto um casamento, não tinha ? Mas, no seu íntimo, percebia que não era tão intensa essa paixão, nem tampouco o tesão entre eles. E para agravar a situação, após sua gravidez, ficara acomodada com seu corpo, com sua aparência. Na sua cabeça, todas as atenções deviam estar voltadas para o rebento, todos os assuntos que lhe vinham à mente giravam em torno da criança, dos afazeres do lar, da rotina.
Ela queria a presença e a participação dele em todas essas minúcias do dia a dia, se tornara dependente dele para tratar e resolver as tarefas cotidianas. Era sempre disso que eles tratavam na maioria das conversas : Obrigações domésticas. Quando variavam de assunto, era para falar de algum novo gracejo que o bebê havia feito ou uma febre que havia aparecido. Na verdade, ela se apoiava na criança para ter assunto, para ter maior convivência com ele, pois sabia o quanto ele amava aquele bebê. Ah, sim...pela criança ela podia ter a certeza da paixão desmedida que ele sentia, estava estampado na cara dele todo o sentimento...
Até faziam pequenas viagens, mas sempre na companhia dos familiares. Para ela, esse era o resumo da família perfeita : O marido, a esposa, um filho, a rotina, a convivência com outros membros da família...sentia-se confortável naquela situação. Por isso, não podia imaginar outro cenário que não esse para levar adiante sua vida conjugal.
É bem verdade que, de uns tempos para cá, vinha notando uma ausência crescente dele. Os horários de trabalho se estendiam cada vez mais e as discussões aumentavam, pois ela cobrava sua presença. Os contatos íntimos ficaram mais escassos, já que agora ele praticamente não se esforçava mais para ficarem juntos, a sós. Ou seja, o prazer estava minado em todos os aspectos : na convivência, no companheirismo, no sexo. Isso tudo em apenas dois curtos anos...mas ela não podia imaginar que ele tivesse a coragem de abandoná-la...não, isso era demais. Ela nunca fora atrás de descobrir se ele tinha algum caso. Para outro tipo de mulher, podia até estar explícito que se havia fumaça, também havia fogo, mas ela se recusava a admitir a possibilidade. Era mais cômodo fazer vista grossa, pois o importante era manter o casamento, manter a união, apesar de tudo.
Mas num dia, sua paciência chegou no limite e a situação “gota d´água” foi criada. Numa discussão mais séria, mandou que ele saísse de casa e só voltasse quando estivesse com a cabeça no lugar. Despejou aquelas palavras cruéis só para amedrontá-lo, para constrangê-lo, para ameaçá-lo e fazê-lo perceber que a vida não era nada sem ela, sem a filha, sem o lar.
Mas não é que ele teve a audácia, ele teve a coragem de ir embora de vez ?? Naquele momento, sem saber, ela deu a deixa que ele precisava para seguir um outro caminho. Deu a chance para que ele não tivesse que, com suas próprias palavras, avisar que estava saindo daquele casamento. Ela o expulsou e ele foi, para nunca mais retornar como seu marido. Ela o expulsou e ele foi embora para sempre do seu frágil e equivocado sonho de família feliz.
Ela não podia acreditar. De repente, sua vida estava virada de cabeça para baixo e o que havia construído, desmoronava sem que ela pudesse absorver, entender...
Seu casamento era tão recente, nem dois anos completos...uma filha de apenas um ano...e tudo escorria por água abaixo. Um terremoto, um maremoto, uma tempestade, qualquer descrição que representasse um caos poderia demonstrar como estava sua cabeça, seu estado de espírito.
Havia sido traída, enganada, abandonada por aquele que considerava seu parceiro. Estava passando por uma das piores condições humanas : O desprezo.
Sabia que seu relacionamento não ia tão bem quanto deveria. Na verdade, casou apaixonada, mas não tinha certeza da recíproca absoluta desse sentimento. Ele parecia gostar dela, afinal, tinha lhe proposto um casamento, não tinha ? Mas, no seu íntimo, percebia que não era tão intensa essa paixão, nem tampouco o tesão entre eles. E para agravar a situação, após sua gravidez, ficara acomodada com seu corpo, com sua aparência. Na sua cabeça, todas as atenções deviam estar voltadas para o rebento, todos os assuntos que lhe vinham à mente giravam em torno da criança, dos afazeres do lar, da rotina.
Ela queria a presença e a participação dele em todas essas minúcias do dia a dia, se tornara dependente dele para tratar e resolver as tarefas cotidianas. Era sempre disso que eles tratavam na maioria das conversas : Obrigações domésticas. Quando variavam de assunto, era para falar de algum novo gracejo que o bebê havia feito ou uma febre que havia aparecido. Na verdade, ela se apoiava na criança para ter assunto, para ter maior convivência com ele, pois sabia o quanto ele amava aquele bebê. Ah, sim...pela criança ela podia ter a certeza da paixão desmedida que ele sentia, estava estampado na cara dele todo o sentimento...
Até faziam pequenas viagens, mas sempre na companhia dos familiares. Para ela, esse era o resumo da família perfeita : O marido, a esposa, um filho, a rotina, a convivência com outros membros da família...sentia-se confortável naquela situação. Por isso, não podia imaginar outro cenário que não esse para levar adiante sua vida conjugal.
É bem verdade que, de uns tempos para cá, vinha notando uma ausência crescente dele. Os horários de trabalho se estendiam cada vez mais e as discussões aumentavam, pois ela cobrava sua presença. Os contatos íntimos ficaram mais escassos, já que agora ele praticamente não se esforçava mais para ficarem juntos, a sós. Ou seja, o prazer estava minado em todos os aspectos : na convivência, no companheirismo, no sexo. Isso tudo em apenas dois curtos anos...mas ela não podia imaginar que ele tivesse a coragem de abandoná-la...não, isso era demais. Ela nunca fora atrás de descobrir se ele tinha algum caso. Para outro tipo de mulher, podia até estar explícito que se havia fumaça, também havia fogo, mas ela se recusava a admitir a possibilidade. Era mais cômodo fazer vista grossa, pois o importante era manter o casamento, manter a união, apesar de tudo.
Mas num dia, sua paciência chegou no limite e a situação “gota d´água” foi criada. Numa discussão mais séria, mandou que ele saísse de casa e só voltasse quando estivesse com a cabeça no lugar. Despejou aquelas palavras cruéis só para amedrontá-lo, para constrangê-lo, para ameaçá-lo e fazê-lo perceber que a vida não era nada sem ela, sem a filha, sem o lar.
Mas não é que ele teve a audácia, ele teve a coragem de ir embora de vez ?? Naquele momento, sem saber, ela deu a deixa que ele precisava para seguir um outro caminho. Deu a chance para que ele não tivesse que, com suas próprias palavras, avisar que estava saindo daquele casamento. Ela o expulsou e ele foi, para nunca mais retornar como seu marido. Ela o expulsou e ele foi embora para sempre do seu frágil e equivocado sonho de família feliz.