A NOIVA DO CAIPIRÃO

Minha graça é Pedro Pio da Fonseca duma perna golda e a outra seca, mais conhecido como Neca Pio.

Assim se apresentava o beatão. Um caipirão folclórico que gostava de andar uniformizado com as vestimentas e os quepes velhos que os amigos da policia militar lhes doavam.

Suas façanhas e andanças do Engenho até Morada Nova eram o seu passa tempo preferido, contado por ele nos mínimos detalhes. Trabalhava uma temporada aqui outra por lá. Quando chegava vinha soltando fogos, bombas, e dando vivas aos amigos. Contava ele que a primeira vez que andou de trem de ferro, um amigo avisou que para viajar, era necessário levar um agrado para a locomotiva. O amigo sugeriu um queijo; - comprei um bem grande sô; e fiquei na beira da linha quando o bicho veio chegando todo faceiroso com os dentes arreganhados bufando fumaça pras ventas, mandei o queijo na boca dele o bicho parou mansinho e se aquietou e eu tibumba dentro dele.

Muito bom enxadeiro, trabalhava e hospedava sempre na fazenda de meu pai, nós criança adorava ouvir seus causos, com aquele palavreado mateiro que agradava. Morávamos a dois quilômetros do centro do Engenho no sentido Bom Despacho. Se ele teria que viajar a B. Despacho caminhava o os dois quilômetros ao encontro da jardineira porque o custo da passagem era o mesmo, na volta descia no Engenho e voltava a pé dizendo-, capaz que vou dar lucro pra dono de jardineira.

Certa vez arranjou uma namorada parecia coisa seria, pleitearam um casamento, com aliança muitos planos. Mas uma fatalidade interrompeu o romance. Naquela época era comum a namorada guardar para si um objeto do namorado como lembrança se o namoro era desfeito normalmente se devolvia.

De posse de certos abjetos, a noiva por infelicidade quebrou ao meio pente do Néca. No sábado dia de caipira tomar banho, ele solicitou a devolução do seu pente há uma semana não penteava o cabelo, uma vez que o pente ficara com a noiva. Ao recebê-lo notou que faltava metade.

O incidente fez com que Néca terminasse o noivdo com a PACA o apelido da namorada; ela lhe devolveu os demais objetos que estavam em sua guarda, um pequeno amuleto uma dedeira de vilão e.t.c. na semana seguinte ele volta a sua casa busca da outra metade de pente. E uma bruta confusão se aprontou com ele agredido-a tapas e bofetões. Acionaram A policia o cabo foi averiguar, dando a palavra a cada um -, diga Néca sua versão! -Essa malvada ficou com o meu pedaço de pente! –Que pedaço de pente é esse Neca? –Meu pedaço de pente de madripérola! A gente terminou o noivado ela me entregou meus trens, e qué ficá cu meu pedaço de pente mode fazer feitiço pra casar cumigo! Num, caso quela nem pintada de ouro essa ladrona de pedaço de pente. Cê què né bébé vai mamá onde cê quizè! Mais meu pedaço de pente de madripérola num te dô de jeito ninhum ladrona!Inda bem que acordei a tempo!