O Cachorro Estado e a cadelinha Surpresa

Quem pensar que não existe egoísmo entre alguns animais, está redondamente enganado.

O ruim disso tudo é que quase ninguém tem tempo, ou se importa para observar os animais.

Na casa dos meus sogros tinha um casal de cachorro vira lata, que cuidava do quintal:a cadelinha chamada Surpresa e o cachorro chamado Estado.

Eu de férias, sem nada para fazer, ficava sentada sobre o degrau da porta da cozinha, observando as criações. Observava o galo imponente no seu cantar se mostrando dono do território á galinhada e nas galinhas, o modo como andava( particularmente acho, que toda pessoa para caminhar elegantemente deveria se espelhar no andar de uma galinha.) Nesse caso, a dita cuja não é egoísta com os seus pintinhos. Ciscava até achar um minhoca, formiga,grãos de areia,ou mesmo nada, para mostrar ou ensinar aos seus filhotes, como se alimentar. Achei o máximo, em compensação, era diferente do cachorro Estado e sua companheira Surpresa.

A Surpresa estava de barriga do Estado, já bem adiantada. Deitada num carrinho velho enferrujado de mão,cheio de tralhas em desuso.cochilando...Acordou e ficou olhando o seu “marido” dar uma volta no quintal, como se procurasse algo. Ele foi embaixo da bananeira, pegou uma banana da terra, trouxe atravessada na boca e fez um caminho mais longe para não passar diante da Surpresa. Foi comer escondido debaixo da laranjeira. Eu fiquei observando e pensando...Como pode ter um extinto desse? Achei que esse defeito era exclusividade do homem.

Depois de muito tempo, quando voltei lá na “roça” como era chamado o sítio, fiquei sabendo que o Estado havia morrido, foi quase um suicídio, por zelo ou por ciúmes, ou por egoímo?. Correu atrás de outro cachorro chamado “Tarzã” que estava na paquera da Surpresa, não viu um poço desativado e caiu dentro dele, foi o triste fim do Estado.

Dora Duarte
Enviado por Dora Duarte em 26/09/2010
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