O CARANGUEJO ALEIJADO

O cara era chato ao extremo, daqueles de dar diarréia em cabrito, mas nasceu com fedorento virado pra lua, caiu no agrado de uma beata bilionária e se casou com ela. Ai sim sua chatice multiplicou.

Só andava em carrão do ano vestia impecavelmente bem. Armava barraco e rodava a baiana por quase nada. Freqüentava os melhores restaurantes da cidade, mas nada pra ele era perfeito. Colocava defeito em tudo. Era pretencioso e brigão.

Funcionário nenhum gostava de servi-lo. Entendia que dinheiro cobria tudo e os empregados com quem lidava teriam que lamber suas botas.

No aniversário da patroa quis fazer uma surpresa a ela levando-a a um restaurante, cujo cardápio, por ele recomendado, não deixava nada a desejar. Convidaram os poucos amigos que tinha. O cara quando é chato demais, só consegue amigo chato também.

Logo que foi servido ele começou apontar defeitos no banquete. O gerente do estabelecimento preocupado foi averiguar, com muita calma perguntou pela gravidade do problema que ocorria. –Acontece que me serviram um caranguejo faltando à patinha dianteira!- Calma meu senhor, vamos lhe servir outro. Acontece que é muito comum ocorrer brigas das espécies em alto mar, é bem provável que seu caranguejo tenha perdido a pata numa briga dessas! –Então me sirva logo o vencedor da briga porque caranguejo aleijado não me serve-, do contrario vou chamar o procom, escolhe, ou arranje o que ganhou a briga ou vai todo mundo em cana!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 23/09/2010
Reeditado em 24/09/2010
Código do texto: T2515677
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