O CAUSO DO CAIXEIRO-VIAJANTE

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Recontando Contos Populares

Há muito tempo, esta história foi narrada por um caixeiro-viajante; e, na época, tido como verídica. Entrou para a oralidade popular e, hoje, já é ouvida em diferentes localidades do Brasil. Vou recontá-la, porém nas minhas letras.

Quando eu era viajante, tinha sempre de andar a cavalo (não havia estradas de automóveis e, portanto, sequer autos de aluguel ou ônibus) e levava sempre em minha companhia um guia.

Entre os muitos que tive, havia um, muito curioso e perguntador, que tinha por costume de me dar o tratamento (aliás, indevido) de doutor. Cansei de adverti-lo que não era doutor, mas o homenzinho não se consertava. De momento a momento estava ele a dizer-me: seu doutor pra aqui, seu doutor pra acolá.

Certa vez viajávamos num município distante. Íamos silenciosos pela estrada fora. O dia estava lindo e o céu azul com muitas nuvens que se moviam preguiçosas. 

De repente pergunta-me o guia: 

— Por que será, seu doutor, que as nuvens não têm sossego e andam sempre de um lado para outro? 

Sorri, e lhe respondi: 

— Ora essa! Pois você não sabe que as nuvens são, como os homens, ambiciosas e invejosas e procuram tomar o lugar uma das outras, pensando ser, o lugar das outras, melhores que os delas? 

— Lá isso é verdade seu doutor. Bem diz o ditado: “A galinha do vizinho é sempre mais gorda do que a minha”.

— Pois então?

— Tá certo! ®Sérgio.

Leia também: (clique no link)

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A Onça e o Lobo.   

A Figueira dos Diabos.

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Imagem: Óleo sobre tela de José Ferraz de Almeida.

Se você encontrar erros (inclusive de português), por favor, relate-me.

Agradeço a leitura do texto e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 20/09/2010
Reeditado em 01/10/2013
Código do texto: T2508531
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