UM JEITÃO BEM CAIPIRA
Correu pelo povoado a noticia de que o um dos moradores de um bairro não muito distante do patrimônio, homem novo, honesto, trabalhador e muito conhecido de todos foi acometido de uma estranha enfermidade, o sertanejo perdeu o apetite, não se alimentava a muitos dias e em conseqüência não evacuava, assim o homem foi se definhando pouco a pouco, com este transtorno emagrecerá a olhos vistos e no bairro ate corria o boato que o pobre caboclo estava com doença ruim.
O tempo passou, entre benzimentos, remédios caseiros e algumas consultas ao prático farmacêutico do povoado, ninguém ficou sabendo ao certo o que era a doença do pobre rapaz, verdade é que da mesma forma que adoeceu ele foi aos poucos se recuperando e felizmente voltou a sua vida normal, ganhou os pesos perdidos, voltou a ter confiança em si mesmo, reassumiu a rotina de trabalho, ficando apenas na lembrança aqueles difíceis tempos vividos.
Certo dia, numa vista ao patrimônio para as compras de rotina para casa, o rapaz encontrou um velho conhecido que havia mudado para um bairro distante e que ha muito tempo não se viam. Foi um encontro caloroso com o velho amigo, sabedor que era da doença do rapaz, vai logo perguntando pela saúde, no que com seu trejeito sertanejo informa o amigo que agora esta tudo bem, já recuperou a saúde e já, como dizem, esta pronto para outra e com a propósito de dar o caso por encerrado, ainda justifica:
______ Pois oia seu moço! Num é que passei com a água pelo pescoço sô, pois num cumia e num obrava mais, inté fiquei co’a purga atrais das orêia, o que pudia sê aquilo.
E Tirando o surrado chapéu de palha da cabeça em sinal de respeito ao criador complementa:
_______ Mas com a graça de Deus agora já tô bão de veis, já tô obrano e cumeno di novo.