Amizade Esperança
Estava eu, em minha pacata cidade do interior paulista, com 3 mil habitantes, todos conhecem todos, nada acontece de diferente. Moro na zona rural desta cidade, a única diversão é olhar alguns carros passando, levantando poeira.
Num certo dia, num sábado ensolarado, estava eu sentado, na beira da estrada, vendo os carros passando e levantando poeira, não dava para ver nada, em meio a poeira, surge alguma pessoas, andando na estrada, eram 8 pessoas, com mochilas malas, e também reclamando da poeira. Num dia de calor sol, calor, eles estavam indo para a cachoeira, que era ali perto mesmo. Já cheguei ao lado deles, fiz amizade, e também fui a cachoeira com eles.
Nesse caminho fomos conversando, correndo, parava descansava, mas fomos indo. Chegamos a cachoeira, ficamos todos felizes, nesse calor, cachoeira, muito bom. Eles estavam carregando muitas malas, deixarão as malas em cima das pedras, todas as malas, roupas, comida e bebidas. Enquanto eles se banhavam na cachoeira, fiquei tomando conta de suas coisas, para ninguém, roubar nada, pois como eu já conhecia ali, sabia que não podia deixar as coisas assim, “atoa” porque roubam mesmo.
Mais tarde saímos da cachoeira, fomos num gramado, eles estavam com fome e eu também, resolverão fazer um lanche no gramado, todos comeram, tinha pão, presunto e queijo. Dera-me alguns pães e ficamos todos satisfeitos, e eles até cochilarão, mais uma vez fiquei, tomando conta de suas coisas. Enquanto eles dormiam, vieram tentar roubar suas coisas, e eu estava tomando conta de suas coisas, não deixei roubar, briguei com o sujeito, na hora eles acordarão e me ajudaram, e tudo ficou bem.
Após acordar, juntamos as coisas e fomos embora, pegamos a estrada novamente, em direção a cidade, andamos bastante, muitos carros passando, e levantando poeira. Mas ai acontece algo, um carro parou, eles subirão em sua caçamba traseira, todos contentes, e eu sem entender nada, não subi...E o carro começou a andar, e eu desesperado sem entender nada, comecei a correr atrás do carro,e eu lati, lati e lati, atrás do carro, e o carro não parava. “O que está acontecendo? Eles não gostarão de mim”. E eu latia, ai eles me perceberam ali, correndo atrás de carro, naquela poeira, corria muito e eles gritavam meu nome, e eu respondia com latidos. Após dois quilômetros eu cansei minhas patas não agüentavam mais, e eu parei, e fiquei olhando, para eles indo embora, e eles berrando meu nome, que eles mesmos tinham me dado.
Nunca mais eu os vi.Ainda espero todos os dias, vejo os carros passando e ainda tenho a esperança que seja eles.