CONTO DO VIGÁRIO
O vigário da pequena paróquia da pequena cidade de Laranjal era um padreco novo, uma figura quase que impossível de crer se tratar de um religioso, servo de Deus. Cabeludão, usando camiseta do grêmio e cheio de pulseirinhas nos braços - ao estilo hippie - todo magrão, jovem e "balaqueiro" não combinava com o que exigia o figurino para compor o novo frei que substituiria Frei Antão - pároco por mais de 50 anos na cidadezinha de cerca de quinze mil habitantes. Tanto é que ao chegar à pequena localidade, resolveu dar um giro para se familiarizar com o novo ambiente e foi passear na praça central em frente a catedral onde passaria, desde então, a celebrar missas para os fiéis. Obviamente, por se tratar de um tipo diferente, logo despertou a atenção da comunidade, onde todo mundo conhecia todo mundo. Não demorou para que a polícia fosse acionada - por medo dos laranjalenses de se tratar de um marginal ou coisa parecida - e se dirigisse até ele e solicitasse os documentos para não prendê-lo por "vadiagem".
" - Mas eu sou o novo pároco da cidade!" Disse o cabeludão.
O guarda, muito irritado e zombeteiro, respondeu:
" - Ahahahahah! Se você é nosso pároco, eu sou o bispo. Deixa de besteira e mostre seus documentos!"
E o padreco meteu a mão no bolso de onde retirou uma pequena carteirinha de identificação onde constava que ele realmente era padre, apresentou-a ao policial e revidou:
" - Aqui está minha carteirinha de padre. Agora me mostre a SUA carteirinha de bispo!"