O CAIPIRA E A LOIRA

Nossa Vila tem um passado rico em personagens e figuras que marcaram suas passagens na história de diversas formas. Alguns analfabetos e bem humorados, extrovertidos. Outros nem tanto, mas, completamente alheios aos conhecimentos gerais, embora fossem trabalhadores e bons chefes de família contribuindo de forma significativa na formação de nossa sociedade.

Dentre estas figuras tivemos o Zé do Cute uma cabra alegre e extrovertido que constituiu uma numerosa família digam-se de passagem tronco vindo das nobres raízes de nossa terra. Criado praticamente sem instrução era se-me analfabeto. Espirituoso ao extremo, sempre tinha alguma saída para as gafes que cometia constantemente. Casado, já maduro, metido a conquistador, não perdia tempo gracejando e jogando seu charme em se tratando na presença de um rabo de saia.

Numa ocasião viajando de jardineira, foi premiado com sua cadeira fazendo par com uma linda loira, que demonstrava educação e simpatia. Querendo esnobar classe, ele apanhou um jornal caído no corredor do coletivo, no qual cuja matéria de primeira página estampava a foto de um caminhão. O veiculo apareceu de rodas pra cima, Uma vez que o jornal estava de ponta cabeça. Em voz alta ele leu a manchete tirada da imaginação-, desastre de caminhão! A garota gentilmente o advertiu dizendo:- o jornal está de cabeça pra baixo seu moço!-Acontece que eu já havia lido-, agora estou dislendo!

Noutra oportunidade certa noite dançando pagode numa grande festa, após um banquete com muitos comes e bebes empolgado com a formosura de sua dama na roda de dança, ele começou girar em alta velocidade, a jovem logo reclamou, - Sô Zé devagar senão eu vomito!- Bonito nada pura bondade sua! Sô Zé eu vomito! – Que isso bondade sua-, sou bonito nada! Quanto mais a jovem dizia eu vomito mais empolgado ele ficava até que ela não suportando mais regurgitou um jato de macarronada colorida de extrato de tomate misturada a diversas iguarias na sua fuça. – Eu não disse a você seu Zé que vomitava? – Mas você não acreditou! Tai oh sua algibeira cheia de macarrão culpa sua viu!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 25/08/2010
Reeditado em 30/01/2011
Código do texto: T2457895
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