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Zé Laurindo e a pedra do céu
Zé Laurindo voltava para casa meio tarde da noite, já que a Lua já subia meio alto no céu. Para quem nunca saiu da cidade, é bom saber que a noite no campo é mais negra nas primeiras horas, iluminando-se depois com o pratear dos raios lunares.
Volta e meia dava vontade a ele de apontar as estrelas, mas lembrava-se de que já tinha sofrido para arrancar muitas verrugas, então segurava as mãos no bolso puído.
Lembrou-se também de cuspir fora o graveto que tinha nos dentes, pois tinha assistido o Dr. Leôncio falar que aquilo podia acabar num monte de bexiga no corpo e nos “peitos”. “Deus me livre”, ele pensava enquanto se livrava do galhinho.
De vez em quando ouvia uns estalos na mata virgem próxima ali da estrada e um arrepio lhe subia a espinha: o povo humilde ali da região contava uns causos a respeito do Boipeva e da Mula-sem-cabeça, assombrações que costumavam surpreender os caminhantes desavisados. Apressou o passo.
Foi então que olhou para o alto e viu o traço de fogo riscar o horizonte próximo, terminando num forte ribombar atrás do Morro do Querosene, que ele tão bem conhecia, fazendo tremer o chão que pisava.
Zé Laurindo correu então em direção à fumaça preta que se erguia atrás da colina. Galgou o barranco, arranhando os joelhos por trás da calça de linho barato e finalmente viu: no centro de um buraco no chão jazia uma pedra esquisita, fumegante, da cor do carvão. Desceu lá perto e cutucou a pedra com um galho seco, pois a danada parecia estar meio que “pegando fogo” ainda.
Zé então matutou: então é assim que é um pedaço de estrela? Mas não tinha ponta... E preta? Cadê a cor de prata? Será que alguém mais tinha visto?
Depois de um tempo meio espantado, olhando para aquela pedra do espaço, foi que Zé Laurindo se lembrou das falas de sua falecida avó, Dona Zefa: “óia minino, quando ocê vê uma estrela caí, lembra de pidi a Deuso um desejo procê memo e paiz pro mundo”...
Zé então sorriu feliz: se apenas olhar uma estrela cadente dava tanto poder, imagine o que ele podia fazer com uma ao alcance das mãos? Soube então que ele tinha sido escolhido. Agora ele podia mudar o mundo, começando por aquela sua pequena cidade natal: iria finalmente levar a paz tão necessária àquela gente sofrida!
Afinal, estava escrito nas estrelas...
Zé Laurindo e a pedra do céu
Zé Laurindo voltava para casa meio tarde da noite, já que a Lua já subia meio alto no céu. Para quem nunca saiu da cidade, é bom saber que a noite no campo é mais negra nas primeiras horas, iluminando-se depois com o pratear dos raios lunares.
Volta e meia dava vontade a ele de apontar as estrelas, mas lembrava-se de que já tinha sofrido para arrancar muitas verrugas, então segurava as mãos no bolso puído.
Lembrou-se também de cuspir fora o graveto que tinha nos dentes, pois tinha assistido o Dr. Leôncio falar que aquilo podia acabar num monte de bexiga no corpo e nos “peitos”. “Deus me livre”, ele pensava enquanto se livrava do galhinho.
De vez em quando ouvia uns estalos na mata virgem próxima ali da estrada e um arrepio lhe subia a espinha: o povo humilde ali da região contava uns causos a respeito do Boipeva e da Mula-sem-cabeça, assombrações que costumavam surpreender os caminhantes desavisados. Apressou o passo.
Foi então que olhou para o alto e viu o traço de fogo riscar o horizonte próximo, terminando num forte ribombar atrás do Morro do Querosene, que ele tão bem conhecia, fazendo tremer o chão que pisava.
Zé Laurindo correu então em direção à fumaça preta que se erguia atrás da colina. Galgou o barranco, arranhando os joelhos por trás da calça de linho barato e finalmente viu: no centro de um buraco no chão jazia uma pedra esquisita, fumegante, da cor do carvão. Desceu lá perto e cutucou a pedra com um galho seco, pois a danada parecia estar meio que “pegando fogo” ainda.
Zé então matutou: então é assim que é um pedaço de estrela? Mas não tinha ponta... E preta? Cadê a cor de prata? Será que alguém mais tinha visto?
Depois de um tempo meio espantado, olhando para aquela pedra do espaço, foi que Zé Laurindo se lembrou das falas de sua falecida avó, Dona Zefa: “óia minino, quando ocê vê uma estrela caí, lembra de pidi a Deuso um desejo procê memo e paiz pro mundo”...
Zé então sorriu feliz: se apenas olhar uma estrela cadente dava tanto poder, imagine o que ele podia fazer com uma ao alcance das mãos? Soube então que ele tinha sido escolhido. Agora ele podia mudar o mundo, começando por aquela sua pequena cidade natal: iria finalmente levar a paz tão necessária àquela gente sofrida!
Afinal, estava escrito nas estrelas...