O causo do monza perueiro
Uma grande conhecida minha saiu para o trabalho e foi para o ponto de ônibus para seguir viagem. O ponto já estava cheio de gente e os ônibus passavam lotados, sem parar. Os minutos iam passando e quando um ônibus parava, tumulto era feito para entrar em um carro já cheio. Minha conhecida, Lady, percebeu uma dupla de mulheres mais afastadas do ponto quando parou um monza mais adiante e elas foram ao encontro do carro. Lady correu e aproximou do monza e perguntou ao carona; Centro ou São Francisco? O cara olhou para ela interrogativo e respondeu Centro. Imediatamente Lady pediu a uma das mulheres que acabara de entrar no carro para arredar um pouco mais para ela entrar também. O carro partiu então. Um silêncio sepulcral dominou o ambiente. Lady olhava os ônibus lotados, os pontos cheios, estava chovendo e ela se sentia nas nuvens dentro do monza quando começou a reparar no carro que entrara, achando-o confortável e novo para um perueiro. Observou as pessoas que estavam nele e percebeu algo estranho. Nisso o motorista do carro pergunta a uma das mulheres porque ela estava calada. E, então, ela respondeu para ele e Lady foi percebendo a intimidade daquele grupo. Cutucou a mulher ao lado e perguntou se aquele carro não era um perueiro - haviam monzas perueiros, perueiros são carros que fazem trabalho de transporte informal aqui em BH - Então a mulher não conseguiu se conter e deu uma gargalhada e falou para o pessoal que aquela caronista achou que pegara um perueiro. A comédia baixou dentro do monza, Lady ficou completamente constrangida, pediu para que o motorista parasse ali mesmo e ele disse que não, que a levaria até o centro. Quando deu a primeira oportunidade, ele aliviou o sofrimento de Lady parando o carro e perguntando o seu nome, no que ela respondeu, pedindo para ele aceitar o dinheiro da passagem, que jamais a veriam novamente quanto mais saber o nome. Isto foi verdade.