CHICO LISBOA
CHICO LISBOA
Ainda que bem me lembro naqueles idos de 1970 ao iniciar o meu trabalho no Clube de Regatas Jaó, até então me foi colocado pelo DP vários funcionários a teste.
- Muito prazer Sr. Jurandir, sou o Chico Lisboa...
Por alguns segundos para de ouvir sua fala e comecei a analisar a pessoa. Feio como filhote de Cruz Credo após vendaval de granizo...
- O senhor sabe né pela minha feiúra não consigo ficar mais de trinta dias em nenhum emprego, isso quando tenho sorte em ser admitido.
- Continue falando disse eu.
- É que fiquei cego de um olho em uma explosão de dinamite lá no Bico do Papagaio ajudando o Exército a procurar Comunistas. ETA tempo bão eu ganhava Cem Cruzeiros por cada cabra que eu entregava. A minha ganância foi grande, pois nas horas de folga eu explodia cavernas a procura de ouro e conforme a sorte de Comunas também.
De imediato passei a ficha ao DP falando Chico Lisboa:aprovado.
Que nada trinta dias que nada após doze anos eu sai do clube e ainda deixei por lá o velho Chico, filhote de Cruz Credo.
Fiquei um bom tempo afastado do Clube e quando retornei alguém me indagou: Cê lembra do Chico?
Em tempo esse termo “Cê lembra de fulano?” è um termo que nunca quero ser lembrado. Pois bem ele morreu.
Quem dera ele que sempre vinha para trabalhar de bicicleta do Santo Hilário, só que agora utilizava a garupa de um moto de seu filho que também passou a trabalhar no Clube. Foram atropelados por um “playboi” que nem socorro dera evadindo do local.
Estava bêbado bem como o Chico Lisboa e seu filho...
A vida é assim a ficção imita muitas vezes a realidade...
Goiânia, 24 de julho de 2010.