Você não tem noção

CONTO

VOCÊ NÃO TEM NOÇÃO ou (Entrando numa fria)

Fim de semana, tempo bom, dia especial para uma pescaria, estava ansioso que esse dia chegasse.

Já estava com todo meu material de pesca preparado, ia me dedicar somente á pesca do lambari.

Uma sexta feira á tardinha La pelas 17 horas assim do nada, aparece um amigo e me pergunta, o que eu iria fazer amanhã, um sábado.

Respondi.

Vou pescar bem cedinho.

O amigo retrucou, não vamos comigo, pegar um carro que eu comprei, assim você me ajuda a trazê-lo.

Você vem guiando pra mim e da para pescar também.

Eu pensei, meio a contra gosto concordei, afinal é meu amigo, uma pessoa agradável companheiro até de pescarias e depois eu ia passear mesmo me distrair um pouco e não era muito longe, ficava perto numa cidade vizinha e ao mesmo tempo ia ajudá-lo.

Não imaginava, não tinha noção dos problemas que eu ira enfrentar.

Para começar, ele disse, me leva até a oficina que eu quero pegar o meu carro que deixei pra consertar.

Já começou a sair da minha rotina, meio a contra gosto fomos até a oficina do alemão, que fica no bairro próximo e muito perigoso.

Eu tinha que chegar em casa com pão fresco, um pedaço de Kuká para um bom café.

Minha esposa normalmente quando chego pega o carro e vai dar uma volta na casa de amigas e espairecer um pouco da rotina do dia a dia de ficar só o dia intero em casa.

O bairro do alemão é um bairro que fica na periferia da cidade, um pouco suspeito e perigoso cheio de bares e boteco.

Com moradores trabalhadores, juventude rebelde, quando por aparece uma pessoa estranha chegando já vão rodeando

Perguntam e ae tio.

Tudo em cima.

Outros ficam só te medindo dos pés a cabeça.

Ah? Ia esquecendo de dizer que observei nos rapazes da vila todos usam tênis de marca????.

Uma criançada brincando no meio da rua, soltando pipa, cachorro correndo atrás dos carros, bicicletas por todo lado.

Ah? Outro detalhe só bicicletas novas??? não to insinuando nada.

Enfim chegamos á oficina do Polaco, que nos atendeu gritando debaixo de um carro.

Porra cara precisava falar com você, deu pobrema no teu Opala, não era só aquilo que te falei.

Você já viu mexer em carro velho é assim mesmo, tipo do mecânico da Ribembela da Parafuseta.

O Mecânico saiu debaixo do carro, levantou, com uma estopa na mão, era um cara magro alto com um macacão três números menor pro seu tamanho, todo aberto do peito até abaixo da barriga,

tinha um calção por baixo.

Graxa tinha por toda parte, o bigode do Polaco era espetado, meio furta cor, um pouco branco, um pouco amarelo do cigarro um pouco preto do que restou da tintura.

O bigode tapava a boca e ajudava a esconder à falta de dentes, quando sorria mostrava a banguela enorme, a oficina tinha uns cinco carros para conserto e uns oito carros amontoados ao lado, o polaco comprava carros pra recuperar e vender, era só sucata velha, montes de pneus e peças de carro espalhadas por todo lado.

Uma roda um aro de carro pregada na parede com uma mangueira enrolada.

Na parede vários calendários de mulheres todas gostosas, o engraçado que la nas partes intima e mais gostosas das fotos tinha marcas de dedos e sujo de graxa.

Enquanto eles conversavam para revolver o problema do Opala de meu amigo, eu senti um cheiro que vinha la dos fundos da oficina, um cheiro bom, daqueles de fazer você esquecer de ir pra casa, acompanhado de uma fumaçinha, o Polaco notou e logo se apresou a convidar-nos a beliscar uma carninha que a mulher dele pôs pra assar na churrasqueira feita de uma carcaça de uma geladeira velha.

Eu já estava ficando preocupado, o tempo foi passando eu não tinha chegado em casa ainda, como de costume.

O Polaco passou a mão no nariz deu uma suada e acabou de limpar no macacão que tava mais suja que pau de galinheiro.

E foi dizendo vamos chegando, o meu amigão não vez cerimônia foi entrando, pois precisava do serviço do Polaco.

Naida??? Gritou o Polaco, traga duas cadeiras pros home senta e abra uma cerveja bem gelada.

Ao ver a carne na grelha fiquei mais animado e o apetite veio de vez, esqueci de ir pra casa.

Ao lado da churrasqueira tinha uma casinha de cachorro com um arame que corria dos fundos da oficina até la na frente da casa, o cachorro era um animal que não pude definir a raça, era um misto de fila com dobermann ou pastor com rotivaille, o cachorro quando eu olhava pra ele, ele tava sorrindo pra mim e com aquele olhar de cão, como que dizendo eu te pego, eu não conseguia encará-lo.

Enquanto isso o Polaco tava lavando as mãos com sabão de soda, o macacão meio arreado ali mesmo no tanque ele já tomou um meio banho, o Polaco, homem rude, nomerento pra caralho.

Enfim me deram um prato com faca e garfo e sirva-se, tirei um naco de carne com um pouco de salada de cebola com tomate e um pedaço de pão fresquinho regado a cerveja bem gelada.

Te juro não vi a hora passar.

Comi que nem um rei, oh churrasco bom do Polaco da oficina feito na carcaça de uma velha geladeira.

Já era tarde da noite quando cutuquei meu amigo e convidei pra ir

embora, ele tratou os últimos detalhes com o mecânico.

Aí outro problema tinha que deixar meu amigo em casa.

E ficou combinado que no dia seguinte ele passava la em casa pra me pegar e ir buscar o carro que ele comprou.

Eu cheguei em casa e tive que dar explicação pra minha mulher.

Ela já retrucou senti o bafo daqui, onde andou.

No dia seguinte bem cedo o telefone toca, é meu amigo, e daí tudo bem vamos, só tem um pequeno probleminha.

Um frio correu pela minha espinha, já tinha me arrependido de aceitar o convite dele, deveria ir pescar, sairia à hora que eu quisesse, com

calma, sem atropelo e principalmente sem compromisso com ninguém.

Mas já tinha me comprometido e perguntei pra ele qual o probleminha?

O meu carro não ficou pronto podemos ir com o teu, eu pago a gasolina, fazer o que, respondi ta bom já passo ai te pegar.

Chegando à casa do meu amigo, tava ele esperando de mãos dadas com o filho de cinco anos, o guri já estava chorando, queria porque queria levar o caminhãozinho dele, todo sujo, com uma roda na mão e um prego pontudo enfiado na roda.

Meu amigo sem cerimônia disse vamos pegar o polaco que ele vai junto.

Eu calado pensei, ainda essa!!!

Chegando à oficina para pegar o polaco, pra variar chega também um cliente, meio esbaforido, dizendo ainda bem que te peguei aqui, porra me ajuda meu carro não quer pegar e eu preciso levar minha sogra pra casa, o polaco disse vamos la da uma olhadinha no carro.

Eu olhei pro meu amigo, meu amigo olhou pra mim, mas fazer o que, era cliente do polaco.

O polaco disse só um minutinho, já volto, é rápido, já sei o que o carro dele tem, não demoro.

Alguns minutos depois vem o polaco, fazendo sinal com a mão venham aqui dar uma mãozinha.

Ainda tivemos que ir lá e empurrar o carro do cara pra pegar.

Enfim saímos e fomos a Rio Branco do Sul, cidade pequena, produtora de caulim, cimento e outros derivados.

No caminho meu amigo pediu pra eu parar no posto de gasolina.

Eles queriam tomar um gole no boteco ao lado, o Polaco já se animou todo, tomou um talagasso de cachaça, pediu uma cerveja, já vi que iam demorar um pouco, o filho do meu amigo também queria algo, o pai já negou e já deu choro de novo, eu falei que você podia vir junto, mas não era pra encher o saco, e cala a boca e fique quieto.

Eu na minha, só olhando, uma meia hora depois meu amigo disse vamos não podemos atrasar se não perco o cara do carro.

Seguimos viagem, a primeira coisa que ouvi dentro do carro foi um arroto do Polaco misturado com aquele pastel que comeu junto com a cerveja.

Meu amigo gritou suspende o veterinário que o porco deu sinal de vida, e foi só risos.

Não deu vinte minutos de viagem demos de cara com uma blitz da Policia Rodoviária Estadual, nós pararam pediram os documentos, se

amarraram um pouco para nos liberar, pois a documentação estava em ordem, o Polaco já foi gritando com o guarda e ae seu poliça algum pobrema com meu amigo ai.

O guarda respondeu calma senhor estamos verificando.

Já notei que o guarda mudou o tom da conversa, pensei comigo, vamos ficar aqui um bom tempo, eu tava com pouco dinheiro, pois nessa hora uma gorjeta sempre resolveu, depois de muita conversa, vai pra la e vem pra cá, quase fui pro bafômetro, foi acumulando carro e o policial nos liberou.

O Polaco, já dentro do carro falou já tava com vontade de dar uma porrada nele e começou uma sessão de xingamento interminável.

E o Polaco a contar vantagem, viu quando eu falei o guarda afinou mudou a conversa, ele tava a fim de pegar dinheiro de você, se a gente não der uma dura nessa gente eles limpam tudo, são uns filhos das putas.

Meu amigo preocupado com o horário, mas nos já estava chegando, a primeira coisa foi parar na frente de um bar.

Bar típico de cidade interiorana, bar simples com um balcão feito em madeira, com uma vitrine com o vidro quebrado em cima, com alguns

salgadinhos, um vidro daqueles de balas, mas estava cheio de ovos cozido, uma pia cheio de copos sujos de cervejas, um pano cobria uma rodela de queijo caipira junto com uns salames, que o dono do bar vendia em pedaços, pendurado no teto dois arame desciam, onde era fixado um cabo de vassoura que o bodegueiro enchia de rodelas de lingüiça de porco, prateleira com um pouco de cada coisa, era pacotes de biscoitos, de farinha, latas de sardinha, maçarão, arroz, feijão e outros alimentos de primeiras necessidades.

A limpeza não da pra falar, tinha xepa de cigarro pelo chão, e pior era paióva aqueles cigarro feito de palha.

Isso já era umas nove horas mais ou menos, o filho de meu amigo com apenas cinco anos já estava com fome, pai compre umas balas, já recebe um não pela cara.

Enquanto eles tomavam mais uma pinga eu e o garoto saímos de lado,

comprei umas balas pra ele e ficamos esperando por ali, ao longe vimos dois cavaleiros que chegaram montados em seus cavalos, bem encilhados, com selas em couro, pelegos coloridos, eles com suas botas, cinto largo, facão na cintura e chapéu de aba larga típico do pessoal do interior, tudo muito simples mas bonito de ver, o garoto com um pouco de medo mas com vontade de tocar nos animais.

De repente já escuto uma falação meio alta la no boteco, me apreso pra ver, adivinhe era o polaco se metendo em encrenca, começaram a falar de carro e terminaram discutindo, já tinha bebido mas pinga, meu amigo nervoso e preocupado que o polaco fizesse uma Kaká, que alias, pra mim já tinha feito.

Bêbado quando discute já quer brigar e isso não demorou a acontecer, o polaco era forte e já empurrou um cara que se amontoou por debaixo das mesas, e dono do bar veio em socorro de seu freguês, o polaco pegou uma garrafa e já gritou venha seu filho da puta que vou te partir no meio, ninguém conseguia segurar o polaco, meu amigo não sabia quem segurar.

Peguei o filho dele e corremos para o carro.

Já juntou gente, e questiona pra la e pra cá, resultado foram todos parar na delegacia, que diga-se de passagem, não passava de uma casa de madeira, mas parecia uma barbearia.

Ai o meu calvário piorou.

O Delegado com voz grossa e autoritária foi pedido documentos, por favor, meu amigo apresentou a identidade entregou ao delegado, que anotou o que era preciso.

Quando vi o polaco procurando nos bolsos, e tira um punhado de papel daqui outro punhado de dinheiro dali, se coçava, pois não é que o miserável não levou nenhum documento, o delegado disse preciso fazer o BO boletim de ocorrência e sem documento não dá, providencie, se não vão ficar ai detido.

Meu amigo perguntou ao delegado posso ir buscar os documentos deles em casa.

Pode, mas o Polaco fica.

Meu amigo veio em minha direção e perguntou.

Puta amigo, temos que voltar e ir à casa do polaco pegar os documentos dele, se não ele vai ficar preso.

Nessas horas fazer o que, meu amigo entrou na delegacia combinou alguma coisa com o polaco e o delegado e saiu dizendo dentro de uma hora ou nos tamo de volta, agüenta ai.

Eu, meu amigo e o filinho dele entraram no carro e sentamos o pau na estrada, todos tensos nervosos pela situação, nem lembramos da blitz e não demorou demos de cara com ela, e fomos parados novamente, agora com um agravante estava correndo acima do limite permitido naquele trecho da estrada, desculpas de nada adiantaram, multa, de aproximadamente R$ 180,00 paus e pontos na carteira.

Meu amigo muito preocupado se prontificou a pagares sumir os pontos.

Eu, Puto da cara.

Poderia estar bem tranqüilo na beira de uma represa pescando meus lambaris com isca de sagu que preparei com tanto esmero, esperando à hora de fazer um fogo e assar uma lingüiça de primeira, feita de carne de porco pura, acompanhado de uma cerveja bem geladinha, pois o dia estava lindo com um sol batendo firme.

Seguimos viagem e chegamos, meu amigo disse passe la em casa

primeiro que quero deixar o filhote com a mãe dele, o guri já começo a chorar de novo, não, eu quero ir junto, imagine aquilo era uma aventura pro moleque, polícia, cavaleiros, bar, brigas, delegado ele tava com os olhos mais pareciam uma jaboticaba.

Chegamos à casa de meu amigo não tinha ninguém, porra minha mulher foi pra casa da mãe, retrucou meu amigo, vamos passar lá e deixar o piá, fica ali perto, continue va em frente.

Não sei por que sempre desconfiei quando me dizem ahh fica ali perto, dobramos pra cá, dobramos pra lá, fomos em frente, descemos a ladeira, subimos, eu já não sabia mais onde estava.

Chegamos e a mulher do meu amigo veio e disse que aconteceu já voltaram, não, só viemos deixar o filhote aqui e vamos buscar os

documentos do Polaco, a mulher dele exclamou não me diga que você levou o Polaco, aquele encrenqueiro.

E já pediu carona pra voltar pra casa já estava de saída, eu com aquele sorriso amarelo estampado no rosto não pude fazer nada.

Fizemos todo o trajeto de volta e deixamos os dois em casa e fomos pro bairro do alemão, na oficina do Polaco, já beirava à hora do almoço quase onze horas da manhã, estava começando a ficar com fome.

Chegamos à oficina do Polaco, o cachorro estava solto, calculei só falta a mulher dele não esta em casa, batemos, batemos até que apareceu um peão oi que aconteceu, meu amigo respondeu porra ainda bem que você esta aí, nos viemos pegar os documentos do Polaco que ele esqueceu.

I cara ta la dentro da casa e a mulher não ta.

Puta que pariu onde ela foi, acho que na casa da irmã dela fica perto, eu mostro onde, realmente era perto, mas levou mais alguns minutos, ela veio nos atender, perguntou o que aconteceu meu amigo explicou ela retrucou aquele filha da puta só arruma confusão, ela subiu no

carro fomos pra casa dela, ela brincou um pouco com o cachorro, como quem quer dizer ele que se foda, pegou os documentos e disse vamos, o que, é vamos, eu vou com vocês.

Há não.

Vou sim.

A mulher era mais grossa que o Polaco, caímos na estrada de novo, com muito cuidado, a barriga já estava roncando de fome, passamos pela blitz, até cumprimentamos os Policias, e logo estava na frente da delegacia.

Eu não via a hora de descer do carro, não agüentava mais o perfume da polaca, que encalacrou no carro.

Já era meio dia e o delegado foi almoçar, e agora tivemos que esperar, a delegacia fechada e o polaco la dentro trancafiado, demos uns gritos o polaco ouviu, meu amigo disse já estamos de volta, o polaco resmungou porra vocês demoram pra caralho, to com fome, ta bom gritou a mulher vamos buscar comida.

Fomos procurar um lugar pra comer e só tinha o bar do bodegueiro, com aquelas lingüiças dependuradas no teto, um vidro com ovo cozido

no balcão, queijo, salames, isso até dava pra quebrar o galho, o pior era enfrentar as os mal encarados dos fregueses do bar, todos olhando com olhar te pego la fora e ao mesmo tempo de satisfação do Polaco ainda estar preso.

Matamos fome ali com pão queijo e salame e uma gasosa.

Adivinhe quem teve que pagar a conta, eu é claro, mas não foi muito, tudo bem.

Meu amigo queria é encontrar o cara que ele fez o negocio com o carro, fomos à delegacia e ele foi procurar o picareta de automóvel do lugarejo.

O delegado demorou a chegar, tenho certeza que fez de propósito, abriu a delegacia, a mulher do polaco já foi entrando, onde ta o Didio.

Calma minha senhora, respondeu o Delegado, ele já vem, e já escutamos um grito dele que vinha la dos fundos da delegacia, cadê a comida, a mulher dele retrucou você só pensa em comer, ta ai numa pior, incomodando os outros e ainda grita.

A mulher levou o lanche e voltou falar com o delegado com os documentos nas mãos, o delegado com aquela vontade que tava de

atender num sábado à tarde, puto da vida, a mulher com pressa, e daí delega tira meu marido de la.

Ele calma temos que preencher uns documentos, não é bem assim, toca o telefone o delegado chama dois policiais e ordenou, vão atender uma briga la no campo de futebol, ta correndo ripa pra todo lado.

O Delegado ali, um pouco ele olhava pra polaca, um pouco para os papeis, e eu só de butuca, to vendo que o delegado vai querer dar um amasso na Polaca, eu um pouco olhava la dentro um pouco la fora, não queria me envolver mais. O Polaco gritou la de dentro porra e daí

Naida fala pro delega me tirar daqui.

Ta bom já vou, disse o delegado, depois de cozinhar o galo o mais que ele podia, já foi abraçando a Polaca que nem deu bola, o delega já deu uns apertão na mulher e foram livrar o bicho.

Quando chega lá o delegado disse porra os guardas levaram as chaves, que merda, temos que esperar.

Enquanto isso meu amigo tava a procura do picareta que lhe vendeu o carro, já passava das 3 horas da tarde, eu cansado, puto da vida, poderia estar me preparando para ir embora da minha pescaria de

lambaris, com a maior calma. mas não, tive que aceitar o convite de meu amigo.

O delegado achou ótimo que os guardas levaram a Chave da cadeia, acho que o delega faturou a mulher do polaco, acho não tenho certeza.

Ela ficou uma santa não abriu mais a boca, estava com um sorriso maroto no canto dos lábios, ou melhor, da boca, aquilo não eram lábio, parecia o quadro da Monaliza, credo.

Eu lá fora olhando pro meu carro sujo de pó, os tapetes cheios de rastros de terra, quando olhei pro banco trazeiro, onde viajou o menino, não acreditei no que vi, não é que o pia ficou furando o banco do carro com aquela porra da roda com um prego enfincado na roda do caminhãozinho dele, eu não hesitei, e exclamei puta que pariu que guri filha da puta e fiquei passando a mão em cima dos furos, não me restava mais nada.

O tempo passando, a fome chegando com mais força, eu já estava planejando o jantar chegando vou comer um filé la no Castelão.

Já estava perto das 5 horas da tarde e nada do meu amigo, e nada dos guardas com as chaves.

De repente vem os guardas com uma caravana atrás, prenderam mais

dois bebuns, e junto veio as esposas, irmão, filhos, o cachorro, todo mundo pra delegacia.

O delegado pelo jeito já não podia olhar pra cara da polaca, pegou as chaves e foi buscar o Polaco, veio se arrumando, abraçou a mulher e ia saindo, quando o delegado disse Hei Hei Hei não é assim tchau e vão indo, tem taxa pra pagar, parecia que o polaco ia sair sob fiança.

O Polaco tem grana ai mué, quanto é delega, são R$ 250,00 reais, eles se cosaram juntaram 120,00 reais, olharam pra mim, despistaram, olharam de novo, perguntaram do amigo, eu já enfiei a mão no bolso e

dei meus poucos trocados que tinha.

Mas tinha o nosso amigo que tava pra chegar, já estava escurecendo, enquanto se desenrolava aquela confusão na delegacia, cada vez chegava mais gente pra pressionar o delegado, enfim era briga deles com o povo deles.

Meu amigo não vinha, aquilo foi me angustiando, fui ficando mais tenso e nervoso.

Ah porque foi aceitar o convite do meu amigo, porque não fui pescar.

O polaco já queria ir pro bar de novo pra comer e beber, sorte que o delegado não deixou.

Já estava escuro quando veio meu amigo puto da cara que não encontrou o picareta do carro, já estava meio bêbado e já foi perguntando pro polaco e daí te soltou cara, mas quem tem uma mulher como essa não fica preso e caíram na risada.

O polaco já pediu o restante do dinheiro, deu pro delegado e saímos.

Eu feliz da vida ia pra casa me livrar dessa turma, nessas alturas 7 horas da noite todo mundo com fome, meu amigo da um sinal de que esta preocupado comigo, porra desculpa cara te meti numa fria.

Eu, que nada, isso é assim mesmo.

O polaco não quis nem saber vamos comer alguma coisa, meu amigo disse vamos e pago a janta, até fiquei animado, mas na verdade tava com vontade de comer um filé no churrascão.

No primeiro posto que apareceu entramos e fomos pra Lanchonete sentamos numa mesa, já pediram cerveja e pinga, fomos pro bife se servir.

Fiz um PF com arroz, feijão, uns legumes cozido, a garçonete veio e perguntou qual o tipo de carne que queríamos, só tinha bife na chapa e frango frito.

La pelas 9 horas da noite chego em casa depois de fazer mais de 200 km num leva e traz sem fim, arrependido, de mau humor, puto da vida, cansado, pensando nunca mais me pegam, minha barriga roncava, de repente me deu uma diarréia daquelas, acho que foi a comida?

ZUZA2

HHEHEHEHEHEHEHEH

JCS 2010

jcordeiro
Enviado por jcordeiro em 21/07/2010
Reeditado em 20/02/2014
Código do texto: T2390767
Classificação de conteúdo: seguro
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