A LOUCA E O AVIÃO
Francisca desde criança foi portadora de deficiência mental. Devido aos surtos de alucinações ganhou o apelido de Chiquita Bacana. Sua demência nunca a impediu de trabalhar. Embora não batesse bem da cachola foi muito batalhadora, prestativa e solidária. Quando residiu no município de Morada Nova plantava algumas lavouras de milho mandioca feijão e outros cereais, criava porcos, galinhas, e.t.c.. Conseguiu certos recursos econômicos, com os quais sempre socorria seus visinhos nos momentos mais críticos enfrentados por eles.
Moradora a margem do rio Indaiá, certo dia um avião Teco-teco, avariado em sua rota, fez um pouso forçado no local. O piloto julgou ser uma várzea, o que na verdade era um pântano, bem próximo a casa da Bacana. Esbafurida ela logo correu ao local. Enchendo o piloto com mil perguntas; ele pra lá de nervoso perguntou: - ôh velha dos diabos nunca viu avião na vida não... Sua bisbilhoteira? –Atolado desta forma é primeira vez... Cê ta dando de beber pra ele, ou ele quis se refrescar igual um porco?
Imediatamente ela foi até a fazenda mais próxima e providenciou algumas juntas de bois, e várias cordas.
Em pouco tempo certo numero de pessoas se aglomerou no local liderado pela Bacana resgataram o aparelho e o colocaram em terra firme à margem da estrada.
Alguns dias após ser concertado, pode alçar vou. No final na fritada dos ovos, conforme ela afirmava, o piloto acabou seu amigo. Gratificando a velha biruta pela gentileza.