Hamilton dos Santos, brasileiro, casado, 53 anos, pai de família: profissão Cidadão - CAPÍTULO VII

VII

Mais próximos das duas casas, achavam-se os senhores Edmilson Neves, Dílson Leandro e um vizinho das famílias, o pedreiro Antônio Evaristo.

Segundo o Edmilson, aquele terreno já lhes pertencia por direito em face da usucapião. Ainda que as casas houvessem sido construídas mais recentemente, o terreno onde as mesmas se achavam já se encontrava cercado pelas famílias há mais de 10 anos:

- Estamos reivindicando algo que é nosso, insistia o homem – algo que foi ganho por usucapião por todas estas famílias que aqui estão ao redor. E estamos tendo que pagar, sem poder, por uma coisa que já é nossa!

Já o senhor Dílson estava completamente desesperado:

- Levei seis anos para construir essa casa. Seis anos! Aí está toda a economia que consegui juntar durante esse tempo. Meu Deus, não posso perder a minha casa, não posso mesmo!

Mesmo sem perceber, Dílson pedia ajuda a todas as pessoas que encontrava em sua frente. Até ao Major Castro ele solicitara colaboração, ainda que o policial militar tentasse inutilmente explicar ao homem que estava ali apenas cumprindo ordens.

Em seguida foi a vez do pedreiro Antônio Evaristo abrir a boca:

- É um absurdo! Nós todos conhecemos o engenheiro Adolfo Stelmach. Ele era, inclusive, conhecido e amigo da mãe de dona Telma Sueli, a senhora Aniceta. É desumano que ele queira destruir agora o único bem que essas famílias conseguiram construir! E ele nem precisa desse terreno, finalizou.

Luís Antônio Matias Soares
Enviado por Luís Antônio Matias Soares em 23/06/2010
Reeditado em 30/06/2010
Código do texto: T2336139
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