A Aposta

O homem era um predestinado, desde menino que descobrira a sua aptidão para adivinhar as coisas. - Ele como o ex-jogador da seleção Gerson passou a levar vantagem em tudo, apostava em tudo o que se podia imaginar. - O tempo foi passando e ele se tornou um homem feito, achou que havia chegado a hora de tentar a vida em uma cidade grande. - Nunca procurou aprender uma profissão, e tinha certeza que venceria na vida com o seu dote de adivinho. Iria ganhar a vida como apostador.

Antonio foi morar em São Paulo, tornou-se um freqüentador assíduo do Jóquei Clube e do Pacaembu, dinheiro era o que não lhe faltava, nos dias de corrida apostava em todos os páreos, e acertava em todos idêntico procedimento no Pacaembu nos dias de jogos.

Certo dia Antônio foi almoçar num restaurante italiano no centro de São Paulo, e perguntou ao garçom que lhe atendeu, se no restaurante tinha alguém que gostasse de apostar, o garçom lhe disse que o seu patrão era um perdido por qualquer tipo de jogo, principalmente as apostas. - Antônio imaginou que aquilo seria uma ótima oportunidade de ganhar um bom dinheiro enquanto almoçava. - Mandou o garçom chamar o patrão; o dono do restaurante não se fez de rogado, de imediato atendeu ao chamado do jogador. Os dois são apresentados pelo garçom, o italiano dono do restaurante vai logo ao assunto:

- Você gosta de apostar meu rapaz ?

- Sim senhor ! Só que só aposto alto, minhas apostas são

acima de mil reais, o senhor topa ?

- Claro meu rapaz, mas, o que vamos apostar ?

- Olhe, eu fico sentado neste lugar, o senhor manda os seus

garçons passarem pelo outro lado do salão, e sem eu ver

o conteúdo, vou dizer o que está sendo servido em

cada bandeja; aceita a proposta ?

- Negócio fechado, vamos iniciar !

O italiano combina com o “Maitre” do restaurante os detalhes, senta-se ao lado do jogador, manda servir uma garrafa de vinho e autoriza o inicio desfile dos mais variados pratos do cardápio do restaurante. - Quando o primeiro garçom passa pelo local pré-determinad conduzindo a bandeja, o italiano olha para Antônio e pergunta:

- Que prato é aquele ?

Antônio antes de responder, pede ao “Maitre” para lhe trazer o talher da bandeja que estava sendo levada, cheira o mesmo, fica pensativo, e. . .

- Filet a Chateaubriand !

- Acertou ! Falou o italiano sério

Enquanto isto outro garçom já passava pelo local determinado levando a segunda bandeja, e. . .

- Que prato é aquele ? Responda rápido !

- Pato a Califórnia !

Antônio não perdia uma parada, do cardápio do restaurante com mais de cinqüenta itens ele acertara todos, só restava agora a relação das bebidas, mas, aquilo não estava em jogo. - O italiano estava apavorado e maquinava um meio para reaver o seu dinheiro perdido, então, propôs ao jogador:

- Vamos para um tudo ao nada ? Eu vou preparar um

novo prato, se você acertar levara o dobro do que já

ganhou, se perder, eu levarei tudo, TOPA ?

- Negócio fechado ! Concordou o jogador

O italiano vai até a cozinha do restaurante, procura a cozinheira, chama ela até um canto e lhe suplica:

- REGINA, você é a minha única salvação, por favor me

ajude !

- Pois não “seu” Bruno, pode pedir !

- Tem um cara ai fora que já ganhou quase todo o meu

dinheiro em

apostas, se eu não vencer agora, estarei falido e terei de

fechar o restaurante, me ajude por favor !

- O que eu tenho de fazer “seu” Bruno?

- Basta você passar este talher nas suas “partes”, é só !

A cozinheira faz exatamente o que o patrão pedira, este pega o talher e coloca na bandeja que o garçom levaria para o teste final. Antônio no seu lugar tomava uma taça de vinho enquanto aguardava tranqüilo a entrada do garçom. Como das vezes anteriores Antônio pede ao “Maitre” para lhe trazer o talher, cheira, fica pensativo, torna a cheirar. O dono do restaurante torcia mentalmente para ele errar a resposta. Antônio encara o italiano, e. . .

- Posso lhe fazer uma pergunta, independente da nossa aposta ?

- Pode ! Respondeu o italiano desconfiado

- O senhor por acaso tem uma cozinheira chamada

REGINA ? ? ?