A longa espera do nada
Em um ponto de São Paulo, meu ônibus não chegava e por mais que eu o esperava, ele demorava. Nenhum carro na rua e ninguém na calçada, a chuva desabou e o tempo congelou.
O tédio me assola, não vejo à hora de despedir desse marasmo e ir embora. Depois de uma longa espera, um vulto se apresentou, no breu e na calada da noite ele se aproximou. Minha mente fantasiou, assustado eu nem vi quando o ônibus chegou e como um raio passou. Quando procurei novamente a sombra, ela sumiu, seria uma assombração ou apenas um perdido na escuridão.
Era mais de meia noite e o outro ônibus não chegava. O Dejà vu foi e voltou, com ele minha espera se prolongou. Cansei vou a pé! Com toda essa chuva, deixo no ponto toda a minha esperança e fé.
Quando atravesso a rua, passou uma luz. O último ônibus cruzou a Santa Cruz…