Maria Célia

Maria Célia

Maria Célia, menina moça de seus quinze anos, pelos amigos, chamada de Cely. Morena bonita alta, rosto meigo de criança num corpo de mulher, longos cabelos escuros, que lhe davam uma aparência elegante e charmosa, sempre muito bem vestida, roupas caras, mas com certo recato. Menina de classe média alta estudara sempre nas melhores escolas. Aluna dedicada, notas altas, bem vista pelos professores, que a tinham como exemplo.

Dos pais era a alegria e o orgulho, que a casa enchia. Filha única, todos os gostos e desejos atendidos. Desde pequena, aulas de música, dança, canto, línguas aprendeu. Dos avôs, tinha toda a atenção. Cely, era uma menina que tinha tudo, era admirada na escola pelos que queriam estudar, mas também invejada, diziam que Cely era patricinha e não se misturava. Na realidade era uma garota tímida, mal saída da infância de poucos amigos, que com ela costumavam estudar. Em casa, à vontade, pros amigos o violão tocava e com bela voz, melodias entoava, era festa, com os companheiros fazendo coro.

Na escola certo dia, a menina, até então menina num garoto reparou, em seu coraçãozinho, alguma coisa mudou.

Garoto falante vindo de cidade grande, muitas histórias para contar, logo se tornou popular, pelas meninas passou a ser disputado. Menino mais velho, vários anos de escola repetidos, tinha charme e encanto. Nas baladas nos finais de semana a noite passava. As mais ousadas da escola sempre o acompanhavam.

Cely em seu canto, apesar da beleza estonteante, tímida, não se fazia notar, ouvia as histórias, do garoto a se gabar, de seus feitos, de suas conquistas, das noites de farra e alegria. Alguma coisa dentro dela começou a mudar, percebeu que suas roupas bonitas eram sérias demais, que sua beleza podia ser realçada pela maquiagem que via as meninas usar. Assim também em casa, começou a se rebelar. Os pais estranharam, mas por fim concordaram que Cely deixara se ser criança.

Num final de semana, pela mãe acompanhada, Cely ao shopping mais afamado da cidade foi. Comprou nas melhores lojas tudo que lhe agradou, roupas, sapatos acessórios variados, perfumes caros e sensuais, tudo para uma linda maquiagem fazer. No salão de beleza entrou, quando de lá saiu, a Cely, tímida e criança ficou. Agora era Maria Célia, diferente, adulta, altiva que até a timidez esqueceu. Fez sucesso na família, como Cely cresceu, ao que ela imponente respondeu: Cely morreu, agora sou Maria Célia.

No colégio, quanto espanto, quase não foi reconhecida, com altivez, percorreu os corredores, percebia que todos os olhares se voltavam pra ela, afinal fora notada

Dos amigos antigos foi se afastando, convites pra festas foi recebendo, muitos aceitando outros esnobando. Assim Maria Célia conheceu as noitadas, as bebidas e as drogas, os estudos relegados, os pais desesperados, desta vida Maria Célia tentaram tirar, era tarde demais, Maria Célia fizera da droga sua fiel companheira

obs: O nome é fictício