A VINGANÇA DAS ABELHAS
A VINGANÇA DAS ABELHAS
LADRÕES SURPREENDIDOS POR SEGREDOS DA SELVA
Fulgencio da Silveira, um sobrevivente nascido na mata, filho de um casal de aventureiros, que morreu dissipados por inimigos epidemiológicos da selva. Adotado por indígenas, recebeu como herança dos pais apenas o sonho e a atração pela riqueza, nos garimpos de pedras preciosas do Brasil colonial.
Órfão em tenra idade aprendeu com os silvícolas, os segredos e a magia do geomagnetismo da selva. Tornou-se um Ás da floresta, e ganhou dos selvagens o apelido de jaguar, fazendo jus às abilidades adquiridas em sua intimidade com a natureza. Aos poucos, foi conquistando espaço protegido pelos nativos, considerados como raízes na sua origem. Conquistou em tempo recorde vasta região na provincia, daquele imenso sertão de terras incultas e devolutas. Em perfeita ascensão tomou logo as rédeas daquele vasto e ermo torrão sertanejo.
O acesso ao centro urbano era um grande desafio, muitos obstáculos, uma verdadeira maratona para transpor, obstruído por brejais rios, além das feras, os temporais que desabavam repentinos.
Embora analfabeto por tradição, com sua astúcia, o jaguar se dava ao luxo de ser respeitado por toda a região tamanha era sua hospitalidade. Em pouco tempo seu patrimônio cresceu, tornando-se num grande império, no meio daquela imensidão florestal. Até que a leitura não fizera tanta diferença para seu crescimento econômico.
A estrada real que cortava a provincia rumo às lavras mais ricas em pedras preciosas, percorria todo seu imenso latifúndio. Qualquer caravana destinada à garimpagem daquelas imensas paragens obrigatoriamente teria que pernoitar em sua hospitaleira estância. Por lá passava todas as riquezas escoadas das grandes jazidas existentes no sertão.
Pessoas ilustres desfrutavam da hospitalidade do grande e bonachão, sertanejo filho do mato. E seus laços de amizade com altas autoridades acabaram rendendo-lhe a patente de coronel. Embora nunca visitasse a corte, gozava de grande prestigio perante o rei. Fator que o agraciou com sua patente de coronel, uma posição social muito cobiçada, que gerou a ira de muitas almofadinhas do reino que aspiravam tal posto.
Este bom relacionamento despertou também a antipatia de alguns contraventores e traficantes de escravos que atuavam na garimpagem.
Um grande continente se deslocou da corte rumo à sua fazenda, conduzindo a farda de gala a ser usada por ele, o novo coronel.
Promoveu-se uma grande festa, em comemoração a sua patente. Inimigos gratuitos se uniram em um plano mirabolante para denegrir a imagem do agraciado coronel, e roubar o seu tesouro. Subornou o seu mais fiel homem de confiança, capataz da fazenda. Colocaram um poderoso sonífero na bebida servida após a cerimônia. Minutos após, exceto bandidos e capataz, todos dormiam um profundo sono espalhados pelas dependências da fazenda. De posse das chaves do compartimento secreto apoderou de todo o tesouro do coronel, dezenas de caixas repletas de ouro maciço.
No dia seguinte ao despertar, tomaram conhecimento do fato, através do próprio capataz. Orientado por ele o contingente que participou do evento, seguiu galopando no encalço da quadrilha. Duas milhas distantes depararam com o grupo, espalhados pelo campo todos mortos. Foram atacados por abelhas africanas que os levaram ao óbito coletivo.
Com astúcia o capataz salvou o patrimônio do coronel.
Substituiu anteriormente o ouro por colméias de abelhas africanas, que ao serem abertas deu aos bandidos o castigo merecido!