ENTONCE,OCÊS AJUDA EU?...
Vo vortá pru meu rincão
levanu o emborná surrado
cas coisa lá do mercado
dexo tudo na istação.
Vô eu mais cumadi Zefa
muié frô de formusura.
Istrudia garremo na prosa
mode eu vê se ela é genti nossa
e me ponhei lá nas artura.
Vô levanu meus marreco,
um é Zé o otru é tião.
Zefa vai levanu margarida,
uma gata careca e atrivida
que la´ia suzinha na istação.
Cheguemu na primeira parada.
Zefa foi ligeru usá a casinha.
Bem na porta da entrada
drumia mingal, a cachorrinha.
Tratei de pegá a bichinha
móde cum nóis viajá.
Num é que Zefa me arranja
um bode de nome esperança
lá pro rincão nóis levá?!
O vagão foi ficano é cheio,
má cheio de bicharada.
No vagão que laia adiante
iscutemo o suá do berrante
era um homi com a tar de malhada.
Malhada era uma vaca linda,
tinha as anca de enchê os zóio.
E o aranzé tava arrumado.
Era vaca, marreco, cachorro,
era Zefa cá gata o bode mais eu.
Agora veja só o que se assucedeu.
Nóis vai vivê só num quartim
onde o teiado é feito de céu.
Vô ponhá onde os bichim,
num posso dexá ajudiado ao léu.
Ocê que tá ai oiando agora
dê logo pra eu uma resposta sem demora
que o distinu na viaje já evem,
farta só um tirim pru apito do trem
e Zefa com os zói regalado
oiandu já vesga pra todo lado
num sabe o que fazê tomém.....