ENTONCE,OCÊS AJUDA EU?...

Vo vortá pru meu rincão

levanu o emborná surrado

cas coisa lá do mercado

dexo tudo na istação.

Vô eu mais cumadi Zefa

muié frô de formusura.

Istrudia garremo na prosa

mode eu vê se ela é genti nossa

e me ponhei lá nas artura.

Vô levanu meus marreco,

um é Zé o otru é tião.

Zefa vai levanu margarida,

uma gata careca e atrivida

que la´ia suzinha na istação.

Cheguemu na primeira parada.

Zefa foi ligeru usá a casinha.

Bem na porta da entrada

drumia mingal, a cachorrinha.

Tratei de pegá a bichinha

móde cum nóis viajá.

Num é que Zefa me arranja

um bode de nome esperança

lá pro rincão nóis levá?!

O vagão foi ficano é cheio,

má cheio de bicharada.

No vagão que laia adiante

iscutemo o suá do berrante

era um homi com a tar de malhada.

Malhada era uma vaca linda,

tinha as anca de enchê os zóio.

E o aranzé tava arrumado.

Era vaca, marreco, cachorro,

era Zefa cá gata o bode mais eu.

Agora veja só o que se assucedeu.

Nóis vai vivê só num quartim

onde o teiado é feito de céu.

Vô ponhá onde os bichim,

num posso dexá ajudiado ao léu.

Ocê que tá ai oiando agora

dê logo pra eu uma resposta sem demora

que o distinu na viaje já evem,

farta só um tirim pru apito do trem

e Zefa com os zói regalado

oiandu já vesga pra todo lado

num sabe o que fazê tomém.....

Aninha viola
Enviado por Aninha viola em 09/05/2010
Reeditado em 19/05/2013
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