BONDADE A MENDIGA QUE DANÇOU COM J.K.O PRESIDENTE PÉ DE VALSA.

BONDADE A MENDIGA QUE DANÇOU COM J.K. O PRESIDENTE PÉ DE VALSA.

A nossa vizinha Martinho Campos a antiga Abadia, cidade localizada no centro oeste mineiro. Foi um dos primeiros municípios agraciado com a ferrovia, servindo-se da tradicional Maria Fumaça. Tornou-se famoso por sua conquista pioneira na arrancada progressista. Célebre, pela paisagem, figuras expressivas, e valores imateriais marcantes na história; Rua do Capim, Bambé, coronel Pedro Lino com seu prestigio, Miguel Silva o poeta anônimo e amador cujo talento foi sepultado na quietude cultural. Tudo isso e mais sua tradição no envolvimento com personalidades históricas.

Roteiro de Manuelzão e de mais duas celebridades, famosos: um pai de um presidente da república, e o outro célebre escritor, nômades que por la passaram em lombos de cavalos, o João César de Oliveira como caxeiro viajante e João Guimarães Rosa tangendo suas boiadas pelas Minas Gerais.

Mesopotâmia servida por dois importantes rios o Pára o Velho Chico e ainda um terceiro não menos importante o rio Picão.

Ocupando lugar de destaque no cenário mineiro com suas festas tradicionais, a exemplos do churrascão, a festa de sua padroeira, o forró no lar dos idosos, realizados anualmente com grande sucesso.

Sempre visitada por célebres e famosos personagens, que marcou sua história em épocas passadas.

Por ocasião da campanha de J.K. ao governo de Minas, fora ele recebido por seus partidários com um tradicional baile. Como bom dançarino, o famoso pé de valsa, J.K. sem nenhuma discriminação dançou com todas as damas que participaram daquele efêmero evento. Como toda cidade tem suas figuras marcantes, aqueles pobres coitados, que vivem a perambular pelas ruas; Martinho Campos tinha uma pretinha, conhecida como Bondade o presidente fez questão de puxá-la para a dança, de onde, ela estava como expectadora, com seu traje maltrapilho num canto do salão. Seu gesto cordial causou grande repercussão, aplaudido até por adversários políticos, rendeu-lhe milhares de votos.

Na cultura e tradição da cidade estavam incluídas as comemorações da semana Santa, com a queima do Judas no sábado de aleluia. Uma brincadeira sadia e bem organizada. Com direito ao inventário de Judas, após a sua queima.

No primeiro minuto do sábado começavam a montar a chácara do traidor Jesus. Com os bens que eram seqüestrados nas fazendas no entorno da cidade, cada objeto levado era notificado no testamento elaborado poeticamente versificado por Miguel silva, com as caracteristicas e o nome do proprietário que o herdaria no dia seguinte, na abertura e leitura do testamento. Quando então era devolvido ao próprio dono.

Em certa brincadeira quando foram à busca de um carro de boi encontraram dormindo dentro dele, um barbeiro residente no Buriti Grande, distrito pertencente ao município. Muito bêbado em sono profundo o barbeiro não percebeu que tinha sido conduzido para o centro da cidde. Chegando à praça la estava a pobre bondade, também bêbada dormindo o sono dos justos, estirada no chão. Colocaram-na bem juntinha a seu corpo cruzaram seus braços envolvidos nela e amarram com uma tira de pano. La pras nove horas da manhã, Zé Turco, o babeiro acorda assustado com as bombas estourando na queima do Judas! Abraçado com a bondade! Quem disse que conseguia se livrar dela com os braços amarrados, o sol estalando de quente e uma multidão aplaudindo o casal. Ele que sempre gostou de palavrões só não chingou de santo e rapadura mais o resto ecoou, desfilando cidade afora. Quando se livrou das amarras, fez igual cachorro castrado com sal capadura rumou pra casa sem olhar pra trás.

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 07/05/2010
Reeditado em 07/05/2010
Código do texto: T2241866
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