O ANEL ENCANTADO

O ANEL ENCANTADO

Bem próximo a um luxuoso palácio real, havia um lago encantador, de águas puras e cristalinas, espelhando a bela paisagem formada pelo infinito, em conjunto com o lindo bosque existente em sua orla. À sua margem uma casinha muito simples, com um belo e bem cuidado jardim, onde residia uma viúva e seu filho único.
Dentre todos os súditos do reino, mãe e filho eram os mais queridos daquele rei, uma vez que ela, fora sua babá e ama de leite.
Ali era o paraíso encantado da princesinha filha do rei, que desde criancinha, brincava e colhia flores ao lado do garoto. O que agradava muito ao casal de soberanos, que dava proteção mãe e filho de forma carinhosa como gratidão pelos bons serviços prestados. Recebendo em troca muito carinho e afeição por parte da viúva.
Apreciando a natureza e colhendo flores a princesinha era feliz e dizia ser ali seu pedacinho de céu.
Cortejada por todos os príncipes dos reinos vizinhos, ela recusava a todas as propostas de casamento dos nobres, que almejavam sua mão. Dizia aos pais, que seu coração estava à espera do momento certo, quando surgisse o grande amor de sua vida. Aos diversos nobres que pediam sua mão; o rei afirmava que ao coração não se impõem regras. Que a decisão era da filha. Ela faria sua escolha, e não necessariamente, desposaria um nobre de sangue azul, não fosse do seu agrado. Poderia escolher até mesmo um súdito, por que sua felicidade estava acima da vontade e dos conceitos, imposta pela nobreza.
O tempo correu com normalidade. Até o momento que uma grande epidemia abateu sobre o reino, ceifando inumeras vidas, dentre elas, a da querida viúva. Fatalidade que entristeceu profundamente a família real.
Sozinho e desolado pela falta da mãe; o filho partiu para muito distante indo rodar o mundo. Para a princesa, o lago se tornou vazio. Ela que muito confortou o amigo, na perda da mãe, ficou de coração partido. Aquele afeto que sentia, agora a confundia indecisa, não sabia se a causa era de amor entre homem e mulher, ou pela amizade de irmãos que sempre os mantiveram juntos desde a infância.
Solitária ela andava pelo bosque recordando os bons momentos de sua trajetória ao lado daquele amigo tão querido.
Decorreram muitos anos o jovem se tornou num grande mago, decifrando os inexplicáveis enigmas, que desafiavam os sábios de todos os reinos da terra.
Requisitado pelos soberanos de todos os reinos, ele ganhou fama universal, despertando inveja nos concorrentes. Ganhou muitos fãs, e também inimigos gratuitos, que o invejavam por suas vidências bem sucedidas. Houve uma grande competição de mágicos em um determinado reino, onde comparecerem os mais famosos e competentes do planeta, ele venceu todos os desafios. Sua competente atuação despertou o ódio de inúmeros concorrentes, dentre eles, um bruxo que inconformado quis dar cabo de sua vida. Como nunca fora de confusão fugia constantemente dele. Resolveu então abandonar sua condição de mágico, e voltar a suas origens, retornou à sua terra.
Primeiramente querendo matar a saudade, foi às margens do lago. Mas o bruxo que o havia seguido sem ser percebido surgiu como do nada, e empurrou-o para dentro do lago, de imediato ele se transformou num lambari, partiu nadando rapidamente. O bruxo transformou-se em um enorme dourado, partindo no seu encalço lago afora, numa constante perseguirão. Até o momento, em que ele não suportando mais, saltou fora da água transformando em uma pomba selvagem e voou pelas alturas, o dourado também saltou fora, e transformando em gavião continuou no seu encalço. Com o céu muito azul e límpido, logo chamou a atenção de uma multidão de pessoas, aglomeradas na praça defronte ao palácio real. Horas e horas aquela multidão comovida torcia pela liberdade da pombinha. A princesa da janela do palácio assistia ao espetáculo, compadecida, acompanhada pelos pais se uniram à multidão, torcendo em favor da pombinha. Eis que de repente a pombinha quase sendo apanhada pelo maldito, buscou refugio na janela, a princesa estendeu a mão tentando apanhá-la. Ela transformou em um lindo anel de brilhante, caindo em seu dedo anular. No seu voou rasante o gavião passou raspando a janela, indo pousar la no bosque do lago.
Horas mais tarde, um elegante cavalheiro apareceu no palácio, solicitando ao rei, permissão para falar com a princesa. Diante de tanta elegância e gentileza, o rei permitiu tal entrevista. Em princípios ela recusou, mas enfim o recebeu.
Diante dos galanteios e elogios ela permitiu ao cavalheiro examinar seu anel. Ao retirá-lo do dedo, ele caiu no tapete da sala se transformando num montão de milho debulhado. O elegante cavalheiro, se transformou em enorme avestruz e às bicadas rapidamente foi devorando todo milho, ao terminar um grãozinho de milho que ficara escondido atrás do pé da cadeira se transformou num grande tigre... E zás... De um só golpe abocanhou o pescoço do avestruz arrancando-lhe a cabeça. Enquanto ele dava seus últimos pulos agonizando, o tigre se transformou no amigo de infância da princesa. O rei e a rainha ficaram boquiabertos e maravilhados, com o que viram. Abençoaram os dois, que se casaram e foram muito felizes!

 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 19/04/2010
Reeditado em 13/01/2017
Código do texto: T2205726
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