Versos da Mala do Vovô II
Verso da Mala do Vovô França II:
O Amor de Zezinho e Mariquinha........
.Narro agora simprismente
Linda estória de amo
De um casar apaixonado
Que o dinheiro aparto
Num finarzinho de tarde
Os dois se encontraro
Mas como moço pobre
O sogro não lhe era caro
Sabeno dessa discórdia
A mae da moça sabia
Que se os dois se encontari
Argo ruim acontecia
Aviso a filha amada
Que o marido ia faze
Mariquinha preocupada
Trato do amado defende
O mais argir que pode
Teve logo intenção
Vo manda um alerta
Pra minha sarvação
Disse isto entrou pra dentro
Mais nada teve a dizer
Mariquinha pega a pena
E foi logo a escrever
Participando a Zezinho
Como ele havia fazer:
“Zezinho tu te aretira
Quando esta receber
Aretirate de caza
Que o meu pai vai te prende
Nosso amor esta descoberto
Começou nós a sofrer.
Nas onze oras da noite
Quando estiverem em silencio
Vai a porta do quintal
Mas com respeito imenso
Guarda tua castidade
Farei o que penço.”
Zezinho lendo o bilhete
Lhe veio logo o sentido
Fes logo consigo um julgo
Do que tinha acontecido
Quando a poliçia chegou
Zezinho tinha saído.
Mariquinha foi ao cofre
Seu pai estava na auzençia
E tirou sinquenta conto
Mas a riqueza era inmencia
Que de muito teria poco
Mostra pouca diferença.
Nas onze horas da noite
Chegou Zezinho no ponto
Mariquinha a sua vida
Que por tudo estava pronto
Ahi chegou Mariquinha
Lhe entregou cinqüenta conto.
Zezinho ta este dinheiro
E prova de firmeza
Vai principiar tua vida
Vai ver se faz riqueza
Gasta so o necessário
Veja não cahir em pobreza.
Zezinho tu te auzenta
Para um logar alem
Onde ninguém trata em ti
Se passares o mal o bem
Como quem teve e não tem.
Zezinho pensou um pouco
E tomou o parecer.
Foi quando Zezinho soube
O que era bom o querer
Quem se auzenta de quen ama
Que alegria pode ter.
Mariquinha diz Zezinho
Eu não tenho mais prazer
Quem se dispõe a amar
Se despoe a padeçer
Penar em sina no mundo
E melhor seria morer.
Zezinho pra si quen ama
Com uma grande estima
No principio tudo é flor
Com grande prazer por sina
Quando a gente não espera
Cahelhe a desgraça em cima.
Zezinho tu te aretira
Antes do dia amanhecer
So assim tu te defende
Do que meo pai que te fazer
Tu sabes que aqui
Tudo ele manda e tem puder.
Ahi que logo chegaran
Que um do outro se apartaram
Vejam estes dois coração
Nesta hora como estavan
Fizeran cilencio um poco
Nen um nen outro falaran.
Mariquinha respondeu
Zezinho veite com Deus
Pega o meu retrato
Quero que me deis o teo
Para eu me alembrar de ti
E tu alenbrar dieu.
Ahi tornaram a jurar
Deram as mão muito linda
Partio Zezinho chorando
Sua amante mais ainda
Na hora sente a partida
E para o futuro avinda.
Zezinho entrou em um vapor
No porto desta cidade
Saltou em outro logar
Por sua felicidade
Entro com cinqüenta conto
Em uma sociedade.
Pegou Zezinho a girar
Na vida de negociante
De quatro pra cinco annos
Tinha dinheiro bastante
Porem lhe achava pouco
Visto ser pricipitante.
Com o espaço de nove annos
Antes de deis entrar
Era senhor de milhões
E de treis navio no mar
Com todos três no seguro
Para não se naufraga.
Pegou a julgar na riqueza
Que estava a colocar
Determinou sua vida
A sua pátria natal
E vir dar os parabem
A sua amante leal.
Que tinha inmenso prazer
De receber suas benções
Apresentar a seus pais
A que abaixo de nois
Divia todos os seres.
Zezinho sobre riquezas
Estava muito satisfeito
Pelo tempo que luto
Num trabalho sem proveito
Que allem dos seus desgosto
Quero contar arespeito.
Todos os tenpo que Zezinho
Da terra se achava auzente
O pai de Mariquinha
Tornasse mais prudente
Lhe fazendo um cazamento
Com um jovem seo parente.
Eram tão grande as estimas
Com a mais inportancia
Que dara a conhecer
A todos na vizinhancia
E fes com que Mariquinha
Perdese todas a esperança.
Mariquinha a cazamento
Todos os meses era pedida
Ella nunca dava o sim
Tornavase aborecida
So imaginava em Zezinho
Era um acabar de vida.
Um dia disse o pae a ella
Isto a sua pervenção
Si não me fizeres os gosto
Não te boto mais benção
Escolhe o que é melhor
Se a benção ou a maldição.
Mariquinha eu bem sei
Que tempo sois namorada
Mais si não me fizeres os gosto
Ficas amaldiçoada
De mim e de tua mãe
E de riqueza deserdada.
E a velha confirmou
Esta palavra esquizita
Minha filha voçe tem
A vossa benção bendita
Mais si não me fizeres os gosto
Da graça ficaras maldita.
A desconsolada moça
Féis uma concideração
O que daquela filha
Que dos pae não tem benção
Como mulher de parte fraca
Temeu com muita razão
Lhe respondeu a seguinte
Conhecendo perdição.
Oh meu pae oh minha mãe
Seja feita a vossa vontade
Amim a Deus tome conta
Como pae da piedade
Mataime no mesmo dia
Se cazar contra minha vontade.
Tornou a roga a Deus
Se eu caza contra vontade
Mataime na mesma hora
Com a minha honestidade
Para que Zezinho saiba
E a conhecer a verdade.
O velho reconhese
Que era feitos os seu intento
Há logo se levantase
Sorindo entrou para dentro
Prontou bailes e feis convites
Para o dia do cazamento.
Mariquinha era so dor
So lamento e choração
Era cosa mas pio
Que faria sem perdão
Rompe o prometido
Com o seu amor amado
Cazano com outro home
Os dois pra senpre sepado
Resorveu uma ação
Pro probrema resorve
Sua vida amargurada
Um finar ia te
Num momento solitário
Saio em direção
Foi correndo no potrero
Entro dentro do garpão
Numa linha da coberta
Amaro o laço forte
Passo no seu pescoço
Se jogo acho a morte
Depois de argum tempo
O seu corpo foi achado
Perto do locar mardito
Havia um recado
Escreveu o seu motivo
O porque e a razao
De nao quere mais vive
Essa triste condisao
Sem amor e sem sonhar
Sem gosta de outro carinho
Entrego a vida a Deus
Que a outro só Zezinho
E aqui finalizo
Esse causo contecido
De amo se apartado
Por ganança sem sentido
O amor não tem escoia
Quar o valor da herença
O que emporta de verdade
É o amor e a aliança
De dois coração amado
Viver longe um do outro
A trajedia era prevista
Devido tanto desgosto.
Esses versos na essência foram encontrados na mala do meu avô materno, Francelício Marques Bitencourt, escritos em 1938, ao qual dedico esta publicação, apenas elaborei cinco versos iniciais e os doze finais. Foram transcorridos com seus erros de portuguese grafia em ,26 de junho de 2007.
Dego Bitencourt